Projeto oferece estágio na Áustria a jovens bailarinos
Interessados têm somente até o dia 17 de maio para se inscreverem na seleção da Biblioteca do Corpo, idealizada pelo coreógrafo Ismael Ivo
Se você dança pra valer, nasceu no Brasil e tem até 27 anos poderá concorrer a uma das dez vagas oferecidas pelo projeto Biblioteca do Corpo 2015 e passar de julho a agosto na Áustria com todas as despesas pagas.
Para participar da seleção, é preciso preencher a ficha disponível no endereço http://oficinasculturais.org.br/projeto-biblioteca-do-corpo/editais.php. Também é necessário anexar duas fotos, uma de rosto e outra de corpo. As inscrições são gratuitas e se encerram no dia 17 de maio. As audições serão no mês de junho na capital paulista.
Segundo o diretor do projeto, o coreógrafo Ismael Ivo, os participantes podem ter como origem diversas técnicas, do balé clássico à capoeira, do contemporâneo às danças urbanas. “A Biblioteca do Corpo não é uma oficina. É uma experiência internacional para troca de informações”, avisa.
O projeto é uma parceria entre o Programa de Qualificação em Artes das Oficinas Culturais do Estado de São Paulo, o festival ImPulTanz e o Sesc SP. E tem colaboração da Escola de Artes Performáticas de Hong Kong. Para Ivo, o projeto tem funcionado como um “trampolim” profissional. “Bailarinos do nosso projeto já foram integrados a São Paulo Companhia de Dança, Balé da Cidade de São Paulo, Cia. de Dança Deborah Colker, Grupo Corpo, Companhia de Danças Lia Rodrigues, entre outras”, exemplifica, citando várias das mais renomadas companhias brasileiras.
Cesar Dias Cirqueira, que participou da segunda edição, é um destes exemplos. Em 2012, o estágio dele foi em Veneza, na Itália. “Assim que voltei, fui contratado como bailarino pela Cisne Negro Cia. de Dança onde estou até hoje”, lembra. Segundo Cirqueira, o projeto proporciona um mergulho profundo na experimentação de variadas técnicas. “Lá conectamos com a ideia do Ivo de que o bailarino deve ter um corpo multifuncional”, conclui.
Ivo conta ao Terra que a motivação para a criação do projeto veio de sua experiência como bailarino que enfrentou “todas” as dificuldades no início de sua carreira. “Sou da Zona Leste de São Paulo, de uma família com condições econômicas modestas. Hoje me considero e exercito a função de embaixador da dança, abrindo vias de acesso para novos talentos”, afirma, lembrando que as primeiras edições da Biblioteca do Corpo foram realizadas em parceria com a Bienal de Veneza, onde ele foi curador de dança.