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Quadrilhas mantêm viva a dança típica das festas juninas

A tradicional manifestação cultural se renova a cada ano em festas por todo o País

18 jun 2015 - 09h40
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Festa junina é uma das inúmeras heranças dos colonizadores portugueses deixadas nas terras desbravadas. No Brasil, ela floresceu tanto que hoje abriga o maior evento do gênero no mundo, o São João de Campina Grande, na Paraíba. E é por meio das quadrilhas que a dança dos arraiás permanece viva.

Na Paraíba, grupos competem para ver quem tem a melhor quadrilha e astros do forró se revezam em shows nas 31 noites de evento
Na Paraíba, grupos competem para ver quem tem a melhor quadrilha e astros do forró se revezam em shows nas 31 noites de evento
Foto: São João de Campina Grande / Reprodução

As quadrilhas são grupos de dançarinos, geralmente amadores, que se reúnem para ensaios e para apresentações realizadas em festas que acontecem no mês de junho, originalmente realizadas por devotos de Santo Antônio, São João e São Pedro. Em várias cidades, a programação pode se estender até o mês de julho.

A música que embala as coreografias brasileiras tem um ritmo bem nordestino e é uma mistura de forró com frevo. Já a dança é bem diferente, pois tem seus passos próprios. Nas festas escolares, geralmente, se remonta um casamento caipira, em que os noivos dançam com seus convidados. Sem falar nos trajes, comidinhas, bebidas e decoração bem características.

Já nas grandes festas, como a paraibana do Parque do Povo, a quadrilha leva muito a sério a performance, já que também são realizados concursos para a escolha do melhor grupo de dança. Para ganhar o cobiçado título, cada um dos grupos se prepara meses antes e investe bastante nos figurinos.

O São de João de Campina Grande chega a reunir em suas 31 noites cerca de dois milhões de pessoas. Para se ter uma ideia da grandiosidade da festa, a cidade tem pouco mais de 400 mil habitantes. O evento conta com cerca de 200 atrações, que incluem ainda brincadeiras como a corrida de jegue e o pau-de-sebo.

Em São Paulo, usuários do Facebook organizam a terceira edição da Festa Junina no Minhocão, o Elevado Costa e Silva, localizado na região central da cidade. Embora tenha junina no nome, a reunião dos caipiras urbanos será no dia 5 de julho e, neste ano, a festa faz uma homenagem ao centenário da cangaceira Sérgia Ribeiro da Silva, conhecida como Dadá.

Passo a passo

Se você quiser coreografar sua própria turma, veja os principais passos de uma quadrilha autêntica:

Caminho da Festa: os casais entram de braços dados na pista de dança e os noivos vêm à frente.

Cumprimentos: os homens se perfilam lado a lado em frente às mulheres. Caminham e fazem uma reverência. Depois, é a vez das mulheres cumprimentarem os homens. Feitos os cumprimentos, os casais se unem e formam uma roda.

Caminho da Roça: em roda, a mulheres passam à frente de seus parceiros e continuam girando. É a hora de gritar “olha a cobra”, “olha o formigueiro”, “olha o pai da moça” e, claro, “a ponte quebrou”.

Caracol: aproveitando a roda, todos ficam de mãos dadas, intercalando homem e mulher. A noiva, lá na ponta, vai puxando a roda e criando uma espiral. Quando chegar ao centro, faz o caminho inverso.

Túnel: ao sair do Caracol, os pares se enfileiram.  O homem fica frente à mulher, formando um corredor. O primeiro casal passa por debaixo dos braços e chega ao fim deste corredor. O gesto se repete até que o último casal passe também.

Coroação: os casais formam duas rodas, uma só de homens e outra só de mulheres que será a roda interna. Os homens, de mãos dadas, passam os braços por cima da cabeça das mulheres para “coroá-las”. As rodas giram no mesmo sentido. Os homens desfazem a coroação e a roda interna gira em um sentido e a externa em outro. Quando os casais voltam a se encontrar, as mulheres coroam os homens, e giram mais uma vez.

Cavalinho: ainda em uma grande roda, com homens e mulheres intercalados, os casais se unem e saem um por um simulando um galope a cavalo, percorrendo o perímetro interno da roda. Quando o último casal galopar e voltar para sua posição de saída, os pares se unem e girando em roda se despedem do público.

Estes são os passos mais conhecidos, todos muito fáceis de realizar. Já as coreografias mais ousadas podem ficar por conta dos competidores paraibanos do São João mais disputado do planeta.

Fonte: Cross Content
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