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Revelação do balé brasileiro dançará 'Romeu e Julieta'

O bailarino carioca Gustavo Carvalho tem 19 anos e um currículo de peso, com prêmios nos mais famosos festivais de dança do mundo

9 abr 2015 - 09h01
(atualizado às 15h29)
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<p>Gustavo Carvalho (centro) no terceiro ato do balé O Lago dos Cines</p><p> </p>
Gustavo Carvalho (centro) no terceiro ato do balé O Lago dos Cines
Foto: Divulgação

Gustavo Carvalho começou a dançar aos 9 anos, em Cabo Frio, no Rio de Janeiro. Hoje, 10 anos depois, é apontado como uma das grandes revelações do balé clássico brasileiro. 

Hoje, o bailarino atua como solista no Ballet Nacional Sodre, em Montevidéu, no Uruguai, dirigido pelo veterano bailarino argentino Julio Bocca.  Às vésperas da estreia do balé “Coppélia”, Gustavo deu uma entrevista exclusiva ao Terra, em que fala de sua carreira internacional, do mercado de dança no Brasil e do seu futuro no balé clássico.

A trajetória

Aos 13 anos, Gustavo ingressou na Companhia Brasileira de Ballet e de lá para cá não parou mais de ganhar prêmios. Conquistou três medalhas de ouro no Festival de Dança de Joinville (SC), um dos mais importantes do Brasil, e “melhor pas de deux” no concurso USA International Ballet Competition (IBC), em Jackson, nos Estados Unidos, em 2014, considerado uma espécie de “olimpíada da dança”. 

Terra – Como você vê a dança hoje no Brasil?

Gustavo Carvalho – O Brasil é um dos maiores celeiros de talentos para a dança clássica. Temos bons professores e escolas. Anualmente, são exportados vários bailarinos para integrar o elenco de escolas e companhias no exterior. Temos primeiros bailarinos brasileiros nas principais companhias do mundo, mas, mesmo com todos esses predicados, existem muito poucas oportunidades de uma carreira profissional no nosso país, principalmente quando optamos pelo balé clássico. A única opção que nos resta é sair em busca de nossos sonhos. Fora, existem mais chances, respeito e valorização do profissional. É uma situação que nos entristece muito, mas infelizmente é a nossa realidade. 

Terra – Você vem sendo considerado uma das grandes revelações do balé clássico brasileiro. Como você vê isso?

Gustavo Carvalho – Não penso muito nisso. Faço meu trabalho buscando sempre o meu melhor. Fico muito feliz e orgulhoso de estar acontecendo comigo. Por outro lado, isso aumenta ainda mais a responsabilidade. Eu me dedico muito. Chego todos os dias uma hora antes da aula, para me aquecer. Nos horários vagos, faço academia e mais alongamento. Procuro cuidar ao máximo do meu corpo. Tenho uma alimentação regrada e balanceada, durmo cedo, não sou de sair muito. Domingo, então, o descanso é sagrado.

Terra – Quais são as suas principais influências?

Gustavo Carvalho – Tenho como influência os meus professores, Jorge Teixeira e Tadheo de Carvalho, que sempre me passaram seus ensinamentos e experiências. Também tive a oportunidade de trabalhar com grandes coreógrafos, como Henrique  Talmah, Patricia Miranda, Silvia Bazilis e Raúl Candal.

Terra – Há outros bailarinos ou bailarinas na sua família?

Gustavo Carvalho – Minha mãe é professora e o meu pai, profissional liberal. Ninguém da família foi bailarino ou trabalhou com dança.

Terra – Qual é o espetáculo dos seus sonhos?

Gustavo Carvalho – Meus balés favoritos são “Romeu e Julieta” e “Manon”, de Kenneth MacMillan. Neste ano vou poder realizar um deles, “Romeu e Julieta”, que devo dançar no final do ano em Montevidéu, com o Ballet Nacional Sodre.

Terra – Quais são os seus planos para o futuro?

Gustavo Carvalho – Quero continuar trabalhando muito, com foco na minha carreira internacional. Hoje, estou como solista no Ballet Nacional Sodre, em Montevidéu, onde pretendo chegar a primeiro bailarino. Depois, tenho o sonho de dançar numa grande companhia na Europa, mas também quero dançar sempre no Brasil, para não perder contato com a minha terra.  

Fonte: Cross Content
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