Skank e Uakti criam novas trilhas sonoras para o Grupo Corpo
As duas peças que estreiam neste ano reúnem artistas mineiros na composição e gravação das músicas
O Grupo Corpo está preparando duas peças para estrear neste ano que vão marcar as comemorações de seus quarenta anos. Para animar a festa, a família Pederneiras revolveu que a trilha sonora ficaria sob comando de Samuel Rosa e de Marco Antônio Guimarães.
Guimarães compôs doze músicas em partitura que foram gravadas, sob regência do maestro Fabio Mechetti, pela Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. “A Filarmônica é uma das melhores do País”, elogia o músico, que também contou com o apoio do seu grupo, o Uakti.
“Depois de gravadas as músicas, alguns músicos do Uakti e eu fizemos as ligações entre elas inserindo sons dos nossos próprios instrumentos”, explica Guimarães. “Para mim, como músico, é um privilégio criar para o Corpo. Eles têm uma organização admirável”, diz, reforçando que o coreógrafo Rodrigo Pederneiras e ele já se entendem muito bem.
Quem coreografa com base nesta trilha sonora é o próprio Pederneiras. “Guimarães é o nosso maior colaborador musical”, conta ele, dizendo que esta é a quinta vez que trabalham juntos, com ou sem a participação do Uakti. As outras vezes foram em “Bach” (1996), “Sete ou Oito Peças para um Ballet” (1994), “21” (1992) e “Uakti” (1988).
Guimarães é uma testemunha ocular e auricular da trajetória das trilhas do Corpo. “Digo que somos da mesma idade porque o Uakti está fazendo 38 anos”, brinca ele, destacando a qualidade musical do grupo de dança renomado internacionalmente.
Pederneiras confessa que a ideia era mesmo reunir criações de artistas mineiros no programa sem diálogo entre elas. “As peças são totalmente independentes”, diz ele, revelando que trabalhar com a turma do Skank era uma vontade que vinha sendo alimentada há tempos.
A hora do rock
A trilha sonora composta por Samuel Rosa vem acompanhada por outra novidade. A coreografia do espetáculo é de Cassi Abranches. A ex-bailarina que atuou por doze anos no grupo vai quebrar um recorde histórico: desde 1981, nenhum outro coreógrafo assinou criações para o Corpo além de Perderneiras. “Eu me sinto voltando para casa”, revela Cassi.
Pederneiras considera que este é o momento de introduzir a ideia de sucessão. E se mostra aberto às novidades. “Foi ótimo colocar a Cassi com o Skank. Ela gosta de rock’n roll”.
A coreógrafa roqueira disse que vai adicionar uma atitude rock’n roll. “Proponho um desafio aos bailarinos, aos músicos e a mim mesma para tentarmos coisas novas”, conta ela sobre sua criação cercada de expectativa. “Não posso dizer mais nada”, afirma encerrando o assunto.
Além do público, o vocalista do Skank também não esconde a curiosidade. “Estou super ansioso para ver o resultado”, confessa ele, informando que a trilha finalizada foi entregue em março.
“É a primeira vez que crio trilha pra dança”, conta Rosa, destacando que ele o Skank já produziram músicas para teatro e cinema. “Mas nada com o contorno de importância de criar para uma dos maiores grupos de dança do mundo”, orgulha-se.
Rosa, assim como Guimarães, exalta a tradição musical do grupo, que inclui trilhas assinadas por Milton Nascimento, Caetano Veloso e Lenine. “Fomos convocados para a missão, que é muito diferente do nosso convencional”, afirma, garantindo aos fãs da banda que sua composição não ficou muito diferente do “universo do Skank”. “Todos vão ter a sensação de ouvir o Skank tocar. Só que com um pouco mais de liberdade e devaneio”, conta.
A grande estreia será em agosto em Belo Horizonte. Depois, a companhia segue para São Paulo e Rio de Janeiro.
Première 2015
Grupo Corpo
6 a 9 de agosto
Palácio das Artes - Belo Horizonte
13 a 16 de agosto
19 a 23 de agosto
Teatro Alfa - São Paulo
4 a 7 de setembro
Theatro Municipal do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro