Divertidamente, novo filme da Disney traz lição para a vida
Animação da Pixar, 'Divertida Mente' estreia nesta quinta-feira (18) em todo o Brasil
Foi em uma quarta-feira de sol que fui chamado para assistir uma sessão especial para a imprensa de Divertida Mente, filme dos estúdios Pixar, da Disney, que estreia nesta quinta-feira (18) em todo o Brasil. Como qualquer paulistano doutrinado pelo trânsito, saí com antecedência, e fui surpreendido por um caminho tranquilo sem dificuldades. Cheguei uma hora antes no local.
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Tenho uma certa dificuldade de ficar sentado esperando em lugares fechados. Por isso, encontrei uma pequena praça próxima e sentei na grama. Fiquei lá pensando na morte da bezerra, no trabalho, no jantar, na louça para lavar, enfim. Até que me peguei surpreso: "cacetada, estou pensando em tantas coisas que nem lembro mais a razão do raciocínio bagunçado." Falei em voz "alta", pois sou desses que fica falando sozinho por aí.
Você deve estar se perguntando quando esse raio de repórter vai começar a falar do filme. Pois saiba você, meu amigo leitor, que já estou falando dele. Divertida Mente, acima de tudo, fala exatamente disso. Do verdadeiro furacão de informações e sentimentos que passa pela nossa cabeça, e o quanto isso evolui durante nosso crescimento.
Na mente da jovem Riley, o caminho desenhado por Pete Docten durante a história é simples e real: quanto mais ela cresce, menos espaço tem para a Alegria, personagem responsável por todos os acontecimentos e memórias felizes dela. Com a chegada de outras sensações, como Nojinho, Medo, Raiva e, principalmente, Tristeza, a vida de Riley fica cada vez mais confusa, especialmente quando ela é obrigada a se mudar com os pais de um bairro tranquilo em Minnesota para a grande e caótica São Francisco, deixando amigos de infância e uma rotina favorável.
Na quarta cidade mais populosa da Califórnia, Riley não se encaixa, se sente solitária, sem amigos. Nem um pouco acostumada com esse tipo de adversidade, que eu, você e muitos de nós já enfrentamos, ela resolve fugir de ônibus para sua cidade natal, sem os pais. Um rápido choque de realidade faz com que ela se arrependa da decisão e volte ao novo lar.
Enquanto isso, dentro de seu consciente, a equipe de sentimentos vive uma verdadeira saga para tentar resolver os problemas da "chefe". A negação e tentativa de esconder a Tristeza é a principal razão dos problemas, que circulam em volta da conscientização de Alegria de que sua colega azul não é sua oponente, mas sim companheira.
A mensagem, confirmada pelo diretor Pete Docten em entrevista exclusiva ao Terra, é clara: não existe felicidade plena. Nem paz de espírito sem tristeza. É preciso ficar triste de vez em quando, aprender a enfrentar os dois lados para, assim, saber dar valor ao que há bom na vida. Parece um pouco complexo para um filme de animação, mas quem disse que desenhos são coisas de criança?
"Crianças precisam crescer, precisam entender as dificuldades da vida, precisam se sentir tristes. Então esse é, definitivamente, o tema do filme", define Docten.
No fim das contas, Divertida Mente mostra de uma maneira engraçada a grande chatice que sua vida pode se tornar a partir do momento em que você abandona as cordas e carrinhos de rolemã pelas pastas, cadernos de anotações e cartões de ponto, que também podem ser malas de viagem, pranchas de surfe, troca de alianças e uma vida próspera. Tudo depende da maneira como você escolhe encarar a passagem do tempo.
Ficha técnica:
Elenco (nacional):
Miá Mello - Alegria
Otaviano Costa - Medo
Dani Calabresa - Nojinho
Leo Jaime - Raiva
Katiuscia Canoro - Tristeza
Diretor e autor:
Pete Docten
Produção:
Jonas Rivera
Roteiristas:
Pete Docten
Meg LeFauve
Josh Cooley
Realização:
Walt Disney e Pixar Animation Studios