Emmy 2019: "Aceitem que a televisão vive seu melhor momento"
Maior premiação de TV dos EUA ressalta a qualidade de séries ficcionais e a importância do telejornalismo sob ameaça das fake news
Na abertura da 71ª edição do Emmy, transmitida na noite de domingo (22), o astro de "Breaking Bad" Bryan Cranston apresentou um monólogo em homenagem à televisão.
O ator lembrou a importância do veículo em um momento crucial da história da humanidade: a chegada do homem à Lua, há exatos 50 anos. Foi pela TV que o planeta assistiu àquela façanha onírica.
Hoje, é nas modernas telas que a maioria das pessoas busca entretenimento e informação. A velha televisão vive a sua era de ouro, com imensurável poder de influência na vida dos telespectadores.
“A televisão nunca foi tão grande. A televisão nunca importou tanto. E a televisão nunca foi tão boa”, disse Cranston, aplaudidíssimo pela plateia de atores, apresentadores, diretores, roteiristas, produtores e âncoras.
Antes, o cinema reinava quase absoluto. Poucos astros aceitavam papéis na TV – era rotulada como popularesca e oferecia baixa qualidade artística.
No momento, as estrelas se estapeiam pelos melhores personagens nas séries. Nelas nasce a maior parte dos novos ídolos cooptados pelo cinema.
Até a maior atriz de Hollywood se rendeu à magia renovada da televisão: aos 70 anos, Meryl Streep oxigenou a carreira ao atuar na série-sensação Big Little Lies.
O momento especial do veículo acontece também no Brasil. A teledramaturgia nacional ganhou mais qualidade artística com o aumento da produção de boas séries na TV aberta, nos canais pagos e na Netflix.
E o telejornalismo, como foi lembrado no Emmy, mantém sua relevância no registro da verdade dos fatos, em oposição às fake news e narrativas alternativas.
Na ficção e nos arquivos da realidade, a televisão se tornou o grande registro de quem fomos, daquilo que nos tornamos e do que queremos nos transformar.