Festival de Cinema Italiano traz ao Brasil mais de 30 filmes gratuitos
Exibição de 'Os Nossos Fantasmas' marcou inauguração da mostra
A exibição do filme "Os Nossos Fantasmas", de Alessandro Capitani, marcou nesta terça-feira (2) a noite de abertura do 16º Festival de Cinema Italiano, que traz mais de 30 produções do "Belpaese" para o Brasil.
A inauguração ocorreu no Auditório Ibirapuera e contou com a presença do próprio Capitani e do ator Thiago Fragoso como mestre de cerimônia. A mostra, no entanto, começa de fato na próxima sexta-feira (5), com uma seleção de filmes contemporâneos e uma retrospectiva de grandes trilhas sonoras do cinema italiano.
As produções ficarão disponíveis online até 5 de dezembro, e também haverá sessões presenciais no Petra Belas Artes, em São Paulo. Com curadoria de Erica Bernardini, o evento é organizado pela Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio, Indústria e Agricultura (Italcam), com apoio da Embaixada da Itália em Brasília.
"O Festival de Cinema Italiano é uma passagem importante porque a pandemia deu a oportunidade de ampliar o alcance de um evento que já era um sucesso", declarou o embaixador Francesco Azzarello, em mensagem em vídeo exibida na abertura da mostra.
"A Embaixada está contente por ter apoiado concretamente esse projeto e a importância de divulgar a nova filmografia italiana, e também para recordar nossa famosa e histórica tradição cinematográfica", acrescentou.
Abertura
"Os Nossos Fantasmas" é uma comédia sensível que conta a história de Valerio (Michele Riondino) e seu filho de seis anos, Carlo (Orlando Forte), que se escondem no sótão da casa de onde foram despejados e se fantasiam de fantasmas para espantar novos inquilinos.
A tática funciona até a chegada da israelense Myriam (Hadas Yaron), que se muda para a casa com sua filha pequena para fugir de um marido violento, mas não tem medo de fantasmas.
Segundo Capitani, a ideia do filme nasceu há alguns anos, a partir de seu trabalho na televisão. "Durante um programa, fomos em Milão para contar a história de um oficial judiciário que entrava nas casas das pessoas para comunicar despejos. Então me encontrei diante de histórias muito fortes e dramáticas. Daí nasceu essa história: de um evento que vi de verdade em minha experiência de trabalho", disse.
O longa se passa em uma Turim sem Covid, mas foi filmado durante a pandemia. "Foi difícil porque éramos submetidos a controles constantes, mas também houve coisas positivas: não tinha ninguém nas ruas, então era perfeito porque não aparecia ninguém de máscara, então não precisamos bloquear as pessoas. E Turim é uma cidade muito frenética, com muitos carros, mas nos movíamos livremente porque não tinha ninguém", acrescentou.
A seleção de 16 filmes contemporâneos ainda apresenta obras como "O Grande Silêncio", de Alessandro Gassmann e que narra os conflitos de uma família caótica e disfuncional; "Ela Ainda Fala Comigo", de Pupi Avati e que conta a história de um homem que perde a esposa após 65 anos de casamento; e "Ar Parado", drama de Leonardo Di Costanzo que tem o premiado Toni Servillo como agente carcerário em uma antiga prisão do século 19.
Já "Welcome Veneza" retrata um aspecto bastante atual da capital do Vêneto: as pressões do turismo de massa sobre a vida local. Neste filme de Andrea Segre, dois irmãos entram em conflito sobre o que fazer com a casa herdada da família: enquanto um deseja manter um estilo de vida tradicional, outro quer transformá-la em pousada para explorar o turismo na cidade.
Por sua vez, a retrospectiva de trilhas sonoras inesquecíveis do cinema italiano inclui filmes como "Os Palhaços", de Federico Fellini, e "Era Uma Vez na América", de Sergio Leone e cujas músicas são de autoria do compositor Ennio Morricone.
Os filmes inéditos concorrem ao Prêmio Pirelli de mais visto pelo público no festival.