Giovanna Echeverria encara quatro funções em nova peça: 'Me prepara para maratonas maiores'
Em entrevista à CARAS Brasil, Giovanna Echeverria fala sobre Mar Aberto, peça marcada por metalinguagem que estreia em São Paulo nesta sexta-feira, 13
Atriz, dramaturga, produtora e idealizadora: Giovanna Echeverria assume uma multiplicidade de funções em Mar Aberto, peça inspirada na obra de Claudia Barral que entrará em cartaz nessa sexta-feira, 13, em uma breve temporada em São Paulo. Em entrevista à CARAS Brasil, ela fala sobre conciliar quatro funções nesse novo trabalho, que tem como grande diferencial a metalinguagem: "Me prepara para maratonas maiores", declara.
Desafios no percurso
Como idealizadora de Mar Aberto, Giovanna enfrentou na pele os desafios únicos para tirar o projeto do papel e transformá-lo em uma peça cheia de camadas reais. "Um dos maiores desafios foi desenhar a estratégia de captação e a estrutura de produção. Aescolha dos profissionais também foi desafiadora, o elenco, então, deu um super trabalho! Tínhamos nomes muito maravilhosos em jogo", compartilha.
Montar a equipe diversa, segundo ela, foi quase uma "alquimia", já que poucos profissionais da equipe haviam trabalhado juntos até então: "Juntar uma equipe é uma grande alquimia, principalmente quando se tem configurações inéditas, como é o caso", brinca. A união inesperada rendeu bons frutos e hoje a multiartista é só elogios aos colegas de espetáculo:
"O ambiente em cena está muito divertido. São atrizes muito disponíveis para o jogo cênico, colegas incríveis. É um encanto ver a forma como cada um trabalha, que por vezes é tão diversa", destaca e acrescenta: "Conheci o trabalho de Ayomi Domenica no Teatro Oficina, uma presença magnífica de corpo e alma em cena, e Carol Manica, que já trabalhou com grandes nomes do teatro e é também produtora e diretora, então imagina o deleite de ter essas forças da natureza em cena".
Universo complexo
Baseado na obra de Claudia Barral, o espetáculo traz elementos contemporâneos ao texto original, unindo a profundidade da dramaturgia com metalinguagem e melodrama. Giovanna destaca que a preservação da complexidade emocional e dos conflitos familiares foi essencial: "Como Claudia também é psicanalista, tentamos preservar a profundidade e complexidade das personagens. Ela foi super disponível e fez algumas alterações no início, porém entendemos na sala de ensaio que o ideal mesmo seria incorporar o meta-teatro para trazer a complexidade do texto também sensorialmente, que é uma pesquisa que me encanta muito", explica sobre a adaptação.
Outro ponto importante que não poderia ser abandonado na versão teatral foi a relação conflituosa entre as irmãs Lúcia e Helena: "É um tema delicado, pois acontece em muitas relações familiares um aprisionamento através do vínculo, mas buscamos fazer isso através de um certo humor". As irmãs em questão são peças-chave do espetáculo, já que unem os momentos tensos com pitadas de humor, mistério e conflitos.
Encarar o palco e outras funções
Para Giovanna, a experiência de acumular funções trouxe um novo nível de preparação emocional e técnica. "É maravilhoso porque eu sinto que é um grande preparo, eu amo que Zé Celso Correia Martinez dizia que os atores são atletas de emoções, e sinto que esses projetos me preparam para maratonas maiores", reflete.
As quatro funções acumuladas no desenvolvimento de Mar Aberto não são vistas com maus olhos por Giovanna, mas a artista admite que ainda está tentando entender como funcionar com tantas demandas. "A concepção cênica proposta pela diretora Beatriz Barros é de composição de personagem, com muitas nuances de emoções, então o cansaço dessas outras funções não pode vazar", conta.
O processo de ensaio, que durou meses, exigiu dedicação física e emocional, com sessões de até 12 horas. Apesar do cansaço, Giovanna vê o rigor técnico como uma base sólida para explorar as nuances dos personagens. "Estamos em busca de trazer a complexidade pelo humor", declara.
Planos para o futuro
Com uma curta temporada de estreia em São Paulo, Giovanna sonha em levar Mar Aberto para um público maior e em outras capitais do Brasil. "Estou buscando pauta no Rio de Janeiro, um sonho é fazer no Teatro da Gamboa em Salvador, porque ele tem uma janela de frente para o mar, que é o fundo do palco, e também quero levar para Recife", compartilha.
Ao integrar tantos elementos que se conectam de forma única, o espetáculo, pelo menos para Giovanna, tem capacidade de tocar profundamente e despertar os sentimentos do espectador. "Que saiam do teatro com vontade de mudança. Eu sinto que o mundo está passando por uma transição, e que precisamos nos mover em direção à transformação", conclui.
SERVIÇO
Temporada:
Theatro Municipal - Cúpula - Praça Ramos de Azevedo, s/n - República
13 a 15 de dezembro:
13 de dezembro, às 20h
14 de dezembro, às 17h
15 de dezembro, às 17h e às 20h
Ingressos: gratuitos, com reserva em https://theatromunicipalsp.byinti.com/#/ticket/
Classificação: 16 anos
Duração: 90 minutos
SP Escola de Teatro - Praça Franklin Roosevelt, 210 - Bela Vista
17 a 22 de dezembro:
17 de dezembro, às 20h30
18 de dezembro, às 20h30
19 de dezembro, às 20h30
20 de dezembro, às 20h30
21 e 22 de dezembro, às 17h e às 20h
Ingressos: gratuitos
Classificação: 16 anos
Duração: 90 minutos
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