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Itália descobre novo tesouro arqueológico em San Casciano dei Bagni

Achados incluem coroas, moedas de ouro, estátuas e serpentes

3 dez 2024 - 09h23
(atualizado às 10h45)
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Pesquisadores anunciaram nesta terça-feira (3) novas descobertas no sítio arqueológico de San Casciano dei Bagni, situado na região italiana da Toscana e que ganhou fama mundial em novembro de 2022, quando veio à luz um depósito com 24 esculturas de bronze de mais de 2 mil anos atrás.

    O tesouro descoberto pelos arqueólogos é constituído de duas coroas cintilantes, joias, caixas de moedas, além de mais estátuas restituídas pela lama e diversas serpentes forjadas em bronze, incluindo uma de quase um metro de comprimento.

    "Uma surpresa infinita", disse Jacopo Tabolli, professor da Universidade para Estrangeiros de Siena e que lidera as pesquisas no sítio desde 2019, ao lado de Emanuele Mariotti, diretor das escavações, e Ada Salvi, responsável da Superintendência de Arqueologia para as províncias de Siena, Grosseto e Arezzo.

    Com seu corpo sinuoso, escamas reluzentes e cabeça chifruda e barbuda, a grande serpente parece "quase sorrir", segundo Tabolli, acrescentando que a figura representa um "demônio bom", ou agatodemônio, personagem que enfeitava muitos lares da Roma Antiga.

    A serpente estava colocada no ponto onde corria a água para dentro da piscina, representando a sacralidade da fonte. De acordo com o professor, a descoberta da figura da cobra confirma que as pessoas frequentavam as termas "também para ter uma relação direta com a divindade", para interrogar a serpente sobre as incógnitas do futuro.

    "É como se as pequenas serpentes e o agatodemônio, com as águas que correm continuamente, levassem uma mensagem à divindade da fonte e à da saúde", explicam Salvi e Mariotti.

    A lista de achados em San Casciano dei Bagni neste ano também inclui ninfas, mais de 10 mil moedas douradas, coroas de ouro (uma intacta em forma de tênia e outra em pedaços), um anel de âmbar e outras joias.

    O destaque, no entanto, fica por conta das estátuas e bustos em bronze, de estilo refinado e acompanhados de inscrições em etrusco ou latim, como mensagens na garrafa de um mundo a milênios de distância.

    Uma das esculturas, um tronco masculino cortado ao meio, foi oferecida à fonte por um certo Gaio Roscio no século 1 a.C., prática que tinha uma longa tradição por trás de si. "Oferecia-se a parte curada", explica Tabolli.

    Mais impactante ainda é uma estátua do século 2 a.C. que retrata uma criança de pé e com uma bola na mão, objeto reproduzido de maneira tão perfeita que inclui até costuras sutis na peça de bronze. A hipótese é de que, assim como as serpentes, a estátua do menino fosse dedicada à veneração, uma vez que essas figuras eram usadas para pedir bons auspícios.

    Um sinal disso é o bracelete em forma de cobra que envolve o pulso da criança, enquanto uma inscrição na perna cita pela primeira vez a cidade-Estado etrusca de Cleusi, atual Chiusi. Os pesquisadores cogitam que uma das coroas de ouro pertencia à estátua do menino.

    San Casciano dei Bagni se tornou mundialmente famosa em 2022, após a descoberta de um depósito com 24 estátuas de bronze no fundo de uma grande piscina da era romana, conjunto protegido pela lama e pela água durante 2 mil anos.

    As peças foram esculpidas por artesãos locais entre os séculos 2 a.C. e 1 d.C., mas a piscina - que fazia parte de um complexo de águas termais - existia pelo menos desde o século 3 a.C. e permaneceu ativa até 5 d.C., quando foi lacrada. . 

Ansa - Brasil
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