Itália quer restaurar 163 coroas funerárias de rei com doações
Custos de restauração vão de 300 euros a 3 mil euros
A Itália anunciou um programa para restaurar 163 coroas funerárias recebidas de diversos governos mundiais pela morte do rei Umberto I (1844-1900). O financiamento, por meio do projeto de mecenato nacional Art Bonus, tem peças que precisam de restauração de 300 a 3 mil euros.
Inicialmente colocadas nos apartamentos reais da Villa di Monza, as peças de ferro e bronze agora são protegidas, desde 1921, pelo interior da cripta da Capella Espiatoria, monumento projetado especialmente por Giuseppe Sacconi - o arquiteto da família Savóia.
"Já fizemos obras nas estruturas e nos ornamentos dos muros com a criação de novos percursos de visita e também na melhoria dos espaços verdes públicos que circundam a capela. Mas, agora, é a hora dos detalhes internos [...] com as coroas de bronze e ferro, de dimensões diferentes, mas caracterizadas por uma refinada execução artesanal", disse a responsável pela Direção Regional dos Museus da Lombardia do Ministério da Cultura, Emmanuela Dafra.
Segundo a representante, os principais danos causados aos itens foram provocados pela poluição atmosférica e pelas restaurações anteriores, que acabaram deixando manchas escuras com o passar dos anos. Além disso, algumas peças apresentam "processos de corrosão extensos".
O custo total do projeto não é dos mais altos, ficando em pouco mais de 191 mil euros, mas Dafra ressaltou que o governo "decidiu fracionar" os valores.
"Assim, usando todas as vantagens fiscais do Art Bonus, as peças poderão ser adotadas", acrescentou.
Por cerca de 1,6 mil euros, por exemplo, é possível salvar uma das peças mais trabalhadas, recebida pela Itália dos descendentes nacionais que moravam no Uruguai à época. Já a coroa funerária recebida do então imperador da Etiópia custará 1,2 mil euros.
"O desejo é de expor em breve, ao lado dos doadores, o elenco dos nomes tutelares dessas coroas perenes", pontuou ainda.
Umberto I foi assassinado em 29 de julho de 1900 em Monza por um anarquista chamado Gaetano Bresci. .