Itália quer tornar café expresso patrimônio imaterial da Unesco
Ministério aprovou ação e encaminhará pedido a comitê nacional
O Ministério das Políticas Agrícolas e Florestais (Mipaaf) da Itália aprovou por unanimidade nesta quinta-feira (19) a candidatura do café expresso italiano como um patrimônio imaterial da humanidade da Unesco.
"Na Itália, o café é muito mais que uma simples bebida: é um verdadeiro rito, parte integrante da nossa identidade nacional e é a expressão da nossa sociedade que nos distingue no mundo. Estamos muito satisfeitos de termos chegado a uma candidatura unificada", disse o subsecretário da pasta, Gian Marco Centinaio.
O representante ainda informou que a decisão do Mipaaf será transmitida ainda nesta quinta-feira à Comissão Nacional Italiana para a Unesco "e confiamos que ela aprovará e transmitirá até o dia 31 de março [para o escritório do órgão] em Paris".
Para englobar essa mentalidade, a candidatura se chamará "O café expresso italiano entre cultura, rito, sociabilidade e literatura nas comunidades emblemáticas de Veneza a Nápoles".
"A pequena xícara do expresso representa para todos os italianos um rito social e cultural que encontra base também na literatura e que apaixona todo o país, de Nápoles a Veneza, até Trieste, passando por Roma e Milão. Uma candidatura ainda mais importante em um momento histórico no qual as restrições da pandemia [de Covid-19] penalizaram as relações sociais, muitas das quais teriam como cenário um balcão ou um salão aberto de um bar com um bom café italiano", pontuou ainda Centinaio.
O país europeu é o recordista mundial em número de patrimônios Unesco, com 58 locais ou tradições reconhecidas. Além do selo do tombamento, esses reconhecimentos são muito importantes para incentivar o turismo e o selo "Made in Italy".
O processo para que o órgão da ONU ateste um novo patrimônio é lento, podendo demorar anos, e possui diversas etapas diferentes. Porém, a partir da apresentação formal do pedido com todos os estudos ao Centro do Patrimônio Mundial, o comitê tem até 16 meses para enviar a candidatura para a sessão anual do comitê responsável pelos tombamentos.
Cada pedido deve ser avaliado de maneira independente por dois órgãos: o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos) e a União Internacional de Conservação da Natureza (IUCN), que encaminham seus pareceres para o Comitê do Patrimônio Mundial. .