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Maria Fernanda Cândido se desafia em peça sobre Clarice Lispector: 'Grande exercício de memória'

Em coletiva de imprensa com a participação da CARAS Brasil, a atriz Maria Fernanda Cândido fala sobre monólogo inspirado na obra de Clarice Lispector

22 jan 2025 - 22h30
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Maria Fernanda Cândido durante coletiva de imprensa em São Paulo
Maria Fernanda Cândido durante coletiva de imprensa em São Paulo
Foto: Fotos: Arthur Pazin / Caras Brasil

A atriz Maria Fernanda Cândido (50) está de volta ao teatro brasileiro com a peça Balada acima do abismo - em cartaz no próximo sábado (25) até o dia 9 de fevereiro. Com direção de Gonzaga Pedrosa, ela interpreta fragmentos biográficos de Clarice Lispector (1920-1977) junto a trechos de suas obras. Trata-se de uma adaptação de um recital dramático que a artista performou em Paris na ocasião do centenário da escritora, em 2020. Em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira, 22, no Hotel Nacional Inn Jaraguá, em São Paulo, com a participação da CARAS Brasil, a famosa fala do projeto. "Grande exercício de memória", afirma.

A atriz, que já interpretou a personagem principal de A Paixão Segundo G.H. - umas das principais obras de Lispector - nos cinemas, sob a direção de Luiz Fernando Carvalho, dá agora mais um passo que a aproxima do trabalho da escritora que, segundo ela, a acompanhou desde a adolescência, quando leu pela primeira vez A Hora da Estrela.

"Focando especificamente nessa experiência de palco, de teatro (...) Costumo dizer que o cinema é muito a arte do diretor. Nós chegamos para contribuir, pois a gente acaba sendo uma peça dentro dessa grande engrenagem, onde vão existir muitas colaborações, mas que de fato esse filme vai acontecer na montagem. Tem o processo de montagem que vai, de fato, definir o que vai ser essa obra. Então, não está nas nossas mãos. E eu acho que no teatro a gente tem mais acesso ao processo do início ao fim. Inclusive, a partir do momento que se abre a cortina, que somos nós mesmos que estamos ali, trocando essa energia com a plateia", fala Maria Fernanda.

"Então, nesse texto da Catarina Brandão, a gente tem um marco de memória de uma vida. Nós vamos atravessar, por exemplo, o nascimento dela, o fato de ela ter nascido na Ucrânia. Então, começa já desde a concepção, de como ela foi concebida. E nós vamos atravessar essa gestação de vida até esse ponto final. Vamos passar pela infância, pela morte do pai, passar por essa chegada ao Brasil, pelo amor à língua portuguesa, por essa parte que ela abre o coração e fala do amor pela língua portuguesa", emenda a atriz.

Maria Fernanda ainda destaca: "E vamos passar também pelo ato criativo, pelo fato dela ser uma escritora. Quer dizer, a dificuldade que é para o artista dar forma a alguma coisa, ela como escritora, de escrever, e o tanto que escrever (...) Ela diz: 'Escrever salva a alma presa, salva a pessoa que se sente imputiva, salva o dia que se vive e não se entende, a menos que se escreva. Escrever é abençoar uma vida que não foi abençoada' (...)".

"E a gente chega depois também nessa infância, a infância em Recife. Você vai ter toda essa parte do Carnaval, das quartas-feiras de cinzas, depois a gente atravessa também essa vivência que ela tinha com o entorno, né? A repartição dos pães, as frutas, essa coisa toda que é tão nossa, que é tão Brasil, que a gente conhece tanto. Pra terminar nesse lugar em que ela se encontra, que já não é mais entre nós. Então, é um grande ato, é um grande exercício de memória, em que vou contar tudo que me aconteceu, mas preciso contar como se eu tivesse vivendo isso. É o exercício de contar e viver ao mesmo tempo. Então, é uma narração de quem está vivenciando algo. Acho que esse é o grande exercício desse trabalho específico que a gente está fazendo", completa a artista, que comemora sua volta ao mesmo teatro em que apresentou a peça Pequenos Crime Conjugais, há 18 anos.

MAIS SOBRE O ESPETÁCULO

Estreado em Paris em 2022, o espetáculo Balada Acima do Abismo ganha sua primeira versão brasileira, especialmente criada para a abertura do Teatro-D-Jaraguá.

Protagonizado por Maria Fernanda Cândido e criado a partir de diversos textos de Clarice Lispector, a peça passeia pelo universo literário da escritora mesclando elementos cênicos e musicais.

No palco, momentos emblemáticos da vida e da obra de Clarice dialogam com importantes obras do repertório para piano, interpretadas ao vivo pela premiada pianista Sonia Rubinsky.

Concebido e adaptado por Catarina Brandão e inédita em São Paulo, a montagem recebe cenário e figurino de Fábio Namatame, luz de Caetano Vilela e produção de Darson Ribeiro.

CLARICE LISPECTOR

Nascida na Ucrânia, em 1920, Clarice Lispector migrou ainda bebê para o Brasil com sua família, que fugia das perseguições aos judeus na Europa. Cresceu em Recife, onde teve seu primeiro contato com a literatura, e mais tarde se mudou para o Rio de Janeiro. Seu primeiro romance, Perto do Coração Selvagem (1943), foi lançado aos 23 anos.

Autora de obras como A Paixão Segundo G.H., Laços de Família e A Hora da Estrela e considerada uma das mais importantes escritoras do século 20, Clarice é conhecida por sua escrita sensível, filosófica e muitas vezes introspectiva, explorando o universo íntimo de suas personagens.

Sua linguagem é densa e marcada por reflexões sobre a condição humana, o tempo, a existência e o feminino, transcendendo o simples enredo para aprofundar-se em questões existenciais. Além de escritora, ela também atuou como jornalista, colaborando com diversos veículos.

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