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Morre Letizia Battaglia, icônica fotógrafa dos crimes da máfia italiana

Fotojornalista italiana tinha 87 anos e estava doente

13 abr 2022 - 18h58
(atualizado às 19h07)
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A pioneira fotógrafa italiana Letizia Battaglia, famosa por retratar a violência da máfia em Palermo, capital da Sicília, morreu nesta quarta-feira (13), aos 87 anos.

O anúncio foi feito pelo prefeito de Palermo, Leoluca Orlando, em um comunicado divulgado nas redes sociais. "Palermo perde uma mulher extraordinária, um ponto de referência. Letizia Battaglia foi um símbolo reconhecido internacionalmente no mundo da arte, uma bandeira no caminho da libertação da cidade de Palermo do governo da máfia. Neste momento de profunda dor e desespero, expresso minha proximidade à sua família", escreveu.

A causa da morte não foi divulgada, mas a fotojornalista estava doente há algum tempo e foi forçada a usar uma cadeira de rodas para se locomover. Segundo sua filha Patrizia Stagnitta, Battaglia estava "lúcida e ativa até o fim", mas hoje houve um súbito agravamento de sua condição e tudo aconteceu de repente.

"Minha mãe nunca parou. Apesar do sofrimento da doença e das dificuldades de locomoção, ela continuou tendo muitos contatos, participando de reuniões até no exterior e até mesmo enfrentando longas viagens", disse Stagnitta, lembrando "que a grande vontade de viver nunca tinha passado".

Nascida em março de 1935 em Palermo, Battaglia ganhou destaque ao fazer da cidade siciliana o objeto de sua arte. Ela foi a primeira repórter fotográfica da Itália a cobrir o noticiário policial, e durante 30 anos suas lentes revelaram o terror causado pela máfia local.

A fotógrafa começou sua carreira em 1969 no jornal italiano "L'Ora" e colaborou com as mais importantes agências de notícias do mundo. Foi ela quem primeiro fotografou a cena do crime de Piersanti Mattarella, morto pela máfia em 6 de janeiro de 1980, na via Libertà em Palermo, em frente à casa do governador da Sicília. Na imagem aparece um jovem Sergio Mattarella - atual presidente da Itália - tentando tirar seu irmão do carro.

Entre o final da década de 1980 e o início de 1990, ela entrou na política e tornou-se secretária de cultura pelo Partido Verde. Ao longo de sua carreira, a italiana conquistou inúmeros prêmios, incluindo o Eugene Smith, o Erich-Salomon Preis, em 2007, e o Cornell Capa Infinity Award, em 2009.

Em 2016, após anos de negociações com autoridades locais, Battaglia conseguiu criar um Centro Internacional de Fotografia em Palermo, para promover exposições e oficinas, além de abrigar o arquivo fotográfico da cidade.

Ansa - Brasil
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