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Escritor italiano Umberto Eco morre aos 84 anos

19 fev 2016 - 22h28
(atualizado em 20/2/2016 às 09h04)
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Foto: Nationaal Archief Collection Fotopersbureau/ANEFO

O escritor e semiólogo italiano Umberto Eco morreu nessa sexta-feira em sua casa aos 84 anos, informou na madrugada deste sábado o jornal La Repubblica.

Segundo essa publicação italiana, a morte do autor de O Nome da Rosa ocorreu por volta das 22h30 locais (19h30 de Brasília) e foi confirmada pela família.

Eco nasceu em Alexandria, na Itália, no dia 5 de janeiro de 1932 e se destacou como semiólogo, filósofo e escritor.

Após saber da morte do intelectual, o primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, expressou suas condolências à família e destacou a "inteligência única" de Eco, capaz de "antecipar o futuro".

"Foi um exemplo extraordinário de intelectual europeu, unia uma inteligência única com uma incansável capacidade de antecipar o futuro", destacou Renzi, segundo a imprensa italiana.

"É uma perda enorme para a cultura, que sentirá saudades de seus textos e de sua voz, de seu pensamento agudo e vivo, de sua humanidade", concluiu Renzi.

Entre os maiores sucessos de Eco se encontra, além do citado O Nome do Rosa (1980), O Pêndulo de Foucalt (1988), um romance que narra a história de três intelectuais que inventam um suposto plano dos cavaleiros templários para dominar o mundo.

Agraciado com o Prêmio Príncipe das Astúrias de Comunicação e Humanidades em 2000, Eco escreveu seu último livro no ano passado com o título de O Número Zero, uma crítica ao mau jornalismo, à mentira e à manipulação da história.

Em entrevista com a Agência Efe realizada em abril do ano passado em sua casa em Milão, em frente ao castelo Sforzesco, perto do Duomo, após publicar seu último romance, Eco declarou que a obra é uma paródia sobre os tempos turbulentos atuais, porque "essa é a função crítica do intelectual".

"Essa é minha maneira de contribuir para esclarecer algumas coisas. O intelectual não pode fazer nada mais que isso, não pode fazer a revolução. As revoluções feitas por intelectuais são sempre muito perigosas", detalhou na época o escritor.

O Número Zero é um romance jornalístico, mais curto que os anteriores, que costumavam ter 600 páginas; por isso soa de maneira diferente, segundo o próprio Eco.

"Este livro saiu em ritmo de jazz. Os outros eram mais como uma sinfonia de Mahler e este é mais como o jazz pelo argumento, com temas mais rápidos, como é o jornalismo", declarou à Efe na época.

A história de seu último livro começa com a criação, por parte de um empresário italiano, que nos faz pensar em Silvio Berlusconi, de O Número Zero, um exemplar de um jornal que não tem a intenção de informar, mas de funcionar como uma ferramenta de poder para colocar pressão, desacreditar políticos e rivais e criar relatórios, notícias falsas e complôs.

Além de seus romances, dos quais vendeu mais de 30 milhões de cópias em todo o mundo, segundo a imprensa italiana, Eco se destacou também por ser autor de vários ensaios sobre semiótica, estética medieval, linguística e filosofia.

Sua primeira obra de semiótica foi A Estrutura Ausente, publicada em 1968, que foi seguida por As Formas do Conteúdo e Sinal (1973), que depois culminaram em uma obra mais completa sobre essa matéria, Tratado de Semiótica Geral", publicada em 1975.

EFE   
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