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Movimento feminista italiano homenageia Maria Schneider

Atriz ficou marcada por cena de abuso em "Último Tango em Paris"

26 nov 2018 - 14h45
(atualizado às 15h03)
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O movimento feminista italiano "Non una di meno" ("Nem uma a menos") usou seu perfil no Twitter para homenagear a atriz francesa Maria Schneider (1952-2011), protagonista de "O Último Tango em Paris", filme mais conhecido do cineasta Bernardo Bertolucci, morto nesta segunda-feira (26), aos 77 anos.

Marlon Brando e Maria Schneider em cena de "O Último Tango em Paris"
Marlon Brando e Maria Schneider em cena de "O Último Tango em Paris"
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

No longa, o astro Marlon Brando usa um pacote de manteiga para estuprar a personagem vivida por Schneider, então com 19 anos. Em entrevista concedida em 2013, Bertolucci admitiu que o detalhe da manteiga havia sido combinado com Brando apenas na manhã do dia da gravação e que a atriz não sabia.

"Cumplicidade entre machos, opressão física e psicológica, abuso de poder... A história da cena de 'Último Tango em Paris' é a de um estupro. Hoje lembramos Maria Schneider, que ficou marcada para sempre por aquela violência", diz um post do movimento feminista, que anexou a entrevista do cineasta.

Mais recentemente, Bertolucci explicou que queria obter uma "reação espontânea" de Schneider ao uso da manteiga. Depois de "O Último Tango em Paris", a francesa não filmou mais nenhuma cena de nudez e sofreu com o vício em drogas e a depressão. Em 2007, quatro anos antes de morrer, ela confessou ter se sentido "humilhada e violentada" por Bertolucci e Brando.

No vídeo de 2013, o cineasta diz que queria a reação de Schneider como "mulher" e que ela se sentisse "humilhada", acrescentando que foi "horrível" não ter explicado a cena para a atriz, mas sem admitir qualquer arrependimento.

"O Último Tango em Paris", de 1972, é o filme mais polêmico de Bertolucci e chegou a ser recusado pela produtora Paramount e pelos atores Dominique Sanda, Jean-Louis Trintignant, Alain Delon e Jean-Paul Belmondo por sua alta carga erótica.

Sucesso de público, o longa também causou escândalo e foi censurado na Itália entre 1976 e 1987, quando voltou aos cinemas com salas lotadas.

Ansa - Brasil
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