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“Não mascaro deficiências dos meus modelos”, diz fotógrafa

Kica de Castro tem uma agência especializada em pessoas com qualquer tipo de deficiência; conheça o trabalho

16 jul 2014 - 13h00
(atualizado em 17/7/2014 às 10h41)
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Uma experiência profissional mudou a vida da fotógrafa Kica de Castro, 37 anos. O ano era 2002 e Kica fora convidada a assumir a chefia de fotografia de um centro para pessoas com deficiência física. Era seu primeiro contato com esse público. À primeira vista, as atividades se assemelhavam as de um hospital: clicar modelos seminus e identificados com placas, “algo constrangedor tanto para eles, quanto para os profissionais”.

A fotógrafa, então, inovou e disse que as pessoas seriam selecionadas para uma prévia de editoriais de moda. Poderiam, inclusive, trazer acessórios, bijuterias, espelhos, e revistas de moda antigas. “Brincava bastante e isso quebrou o gelo, com as pessoas me procurando para fazer books pessoais”, confessa Kica.

Desde setembro de 2007, ela passou a se dedicar não somente a registrar serviços corporativos e sociais em sua agência, no bairro do Tatuapé, São Paulo, mas ao gerenciamento da carreira de modelos com qualquer tipo de deficiência.

Hoje, os agenciados de Kica são 85 – um casting composto por pessoas de 25 a 38 anos. “Porém, todos aqueles entre 4 e 60 anos são bem-vindos, uma vez que trabalhamos com modelos fashion para desfile em passarelas e comerciais.”

“As pessoas com deficiência me dizem que podem, sim, ter um padrão de beleza, que são profissionais qualificados para serem considerados referências mundiais, pois cada um deles precisa ter seus próprios cuidados, e assim terão sua beleza aproveitada de alguma forma”, afirma Kica.

Para ingressar nesse meio, os modelos são submetidos a cuidados com imagem e expressão corporal. “Nossa intenção é inserir esses profissionais no mercado de trabalho, pois quando falamos em beleza e sexualidade, os assuntos são vistos como tabu para pessoas com deficiência. Apenas a inclusão social é propagada aos quatro cantos”, diz Kica.

“Quando esses modelos entram na agência, procuramos não mascarar as deficiências, para que os aparelhos ortopédicos façam parte do editorial, que isso seja algo natural, pois a pessoa tem de ser vista como um ser humano, antes de tudo.”

Agora, a fotógrafa quer intensificar os trabalhos dos modelos com deficiência nos editoriais de moda e desfiles para que possam depender única e exclusivamente de sua imagem para viver.

Fonte: Dialoog Comunicação
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