NFTs e tecnologia revolucionam artes visuais
Projetos artísticos têm cada vez mais incorporado novas tecnologias como forma de produção
Se antes qualquer um baixava uma imagem da internet para chamar de sua, a coisa muda um pouco de figura com a chegada dos NFTs, ou Non-Fungible Tokens. A tecnologia funciona na plataforma Blockchain (a mesma das criptomoedas) e concede a arquivos digitais um certificado único de autenticidade. Ou seja: mesmo que você tenha a mesma imagem em seu PC, só o NFT concede um certificado de autenticidade a quem o adquirir.
E muito se engana quem pensa que isto não passa de uma utopia futurista: na SP-Arte 2021, a exposição “Arte e Tecnologia: uma revolução em curso” exibe em meio a suas obras trabalhos autenticados por esta tecnologia. Segundo a curadora de arte Ana Carolina Ralston, responsável pela exposição, o NFT é parte de uma revolução que vem para autenticar as obras de arte digitais. “Desde a fotografia, muitos colecionadores se perguntam ‘como eu vou saber que essa é a obra?’, pela facilidade de cópia e clonagem. O NFT vem como uma ferramenta maravilhosa para entrar neste universo da arte digital de uma forma mais tranquila”, afirma.
Dentre as obras expostas que utilizam desta tecnologia estão “CoroNews” (2021) de Giselle Beiguelman. A instalação de vídeo mistura recortes de serigrafia sob notícias e falas sobre a pandemia em uma montagem de “glitch”, espécie de arte digital que utiliza elementos visuais típicos do universo da computação e da videoarte. A exposição também expõe trabalhos com uso de sensores de movimento e até painéis de LED.
Para além da exposição dedicada, a SP-Arte também faz uso da tecnologia em outros trabalhos, permitindo visitas virtuais à maioria das obras expostas e apresentando QR-Codes que podem ser lidos presencialmente e que contém mais informações sobre as obras. O formato híbrido acabou sendo adotado como solução para aqueles que não pudessem visitar a feira presencialmente devido à pandemia.
Ao que tudo indica, os NFTs vieram para ficar, e não somente no campo das artes visuais: Tem até jogos, como Axie Infinity, que utilizam da tecnologia e recompensam os jogadores com moedas próprias, que podem ser trocadas por dinheiro de verdade. Ao que tudo indica, o futuro, ou presente, é cada vez mais digital.