O que é o tereré, a bebida paraguaia reconhecida como patrimônio imaterial da humanidade
A ancestral bebida guarani é reconhecida por seus efeitos curativos transmitidos há séculos.
Muitos no Paraguai bebem tereré.
É uma bebida ancestral que se prepara a partir da mistura de água gelada com ervas medicinais denominadas "pohã ñana" esmagadas em um pilão.
E que acaba de ser reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.
A notícia foi anunciada nesta semana pelo secretário de Cultura do Paraguai, Rubén Capdevilla.
O país sul-americano havia apresentado meses atrás a proposta de que este reconhecimento fosse dado às "Práticas e Saberes Tradicionais do tereré na cultura Pohã Ñana".
Essa bebida ancestral guarani tornou-se assim o primeiro reconhecimento do gênero para o Paraguai.
Celebramos el histórico logro que significa la declaración como Patrimonio Cultural Inmaterial de la Humanidad (PCI) a las "Prácticas y Saberes Tradicionales del Tereré en la Cultura del Pohã Ñana, bebida ancestral guaraní en Paraguay" por parte de la UNESCO. pic.twitter.com/nCDs7WxvRU
— Rubén Capdevila (@capdevila_ruben) December 17, 2020
"Estamos orgulhosos de obter este reconhecimento global pela primeira vez, por uma manifestação cultural nacional que atravessou gerações e continua até hoje", disse Capdevila no Twitter.
Na capital Assunção e em outras cidades do país, é comum ver camelôs esmagando ervas em seus pilões de madeira.
Servida em copo com erva-mate, do qual se bebe por meio de um canudo semelhante ao usado no chimarrão, a bebida, feita a partir de ervas às quais a sabedoria popular atribui poderes curativos, tem sido preparada há séculos na esfera cultural guarani.
A Unesco reconheceu o tereré e a cultura em que está inscrito por ter passado de geração em geração entre as famílias paraguaias desde o século 16.
Com a bebida, também foi transmitido conhecimento sobre o efeito medicinal das ervas e como prepará-las corretamente.
A Unesco destacou ainda que "essa prática cultural promove a coesão social e contribui para a conscientização da sociedade sobre a importância do rico legado guarani, tanto cultural quanto botânico".