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Os engenhosos tutus de balé criados para dançar em tempos de distanciamento social

Companhia de balé inglesa não só se apresentará para público pequeno, como bailarinos usarão trajes que os permitirão cumprir regras impostas pela pandemia.

6 nov 2020 - 05h35
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Tanto as mulheres como os homens da companhia Birmingham Royal Ballet usam máscaras e os novos tutus
Tanto as mulheres como os homens da companhia Birmingham Royal Ballet usam máscaras e os novos tutus
Foto: Tyrone Singleton / BBC News Brasil

O aclamado dançarino e coreógrafo cubano Carlos Acosta, que já foi a estrela principal do Royal Ballet de Londres, retorna ao palco com um programa de balé habilmente elaborado para respeitar as restrições impostas pela pandemia do coronavírus.

Com seu novo espetáculo Lazuli Sky (céu lápis-lazúli) a companhia de balé dirigida pelo cubano, Birmingham Royal Ballet, não só se apresentará para um pequeno público, como os bailarinos usarão trajes que os permitirão cumprir as regras de distanciamento social.

Os bailarinos ensaiam em pequenos grupos, usando máscaras
Os bailarinos ensaiam em pequenos grupos, usando máscaras
Foto: Tyrone Singleton / BBC News Brasil

A novidade na vestimenta dos bailarinos são as adaptações que fizeram dos tutus — o corpete com saia de várias camadas usadas por bailarinas clássicas — que têm uma circunferência muito mais ampla para manter os dançarinos separados entre si.

O Ballet Nacional dos Países Baixos também incorporou tutus gigantes
O Ballet Nacional dos Países Baixos também incorporou tutus gigantes
Foto: Dutch National Ballet/G-Star RAW / BBC News Brasil

"Quando começamos (a criar a coreografia), queríamos ter uma apresentação em que ninguém se tocasse. Os bailarinos usam essas estruturas alongadas, que não são estáticas, mas estão em constante movimento, criando formas diferentes e evocando a imaginação", explica Acosta.

Com a evolução da produção, a empresa encontrou maneiras de trabalhar em grupos pequenos, pequenas "bolhas sociais", para se proteger do contágio.

Carlos Acosta foi primeiro bailarino do Royal Ballet de Londres
Carlos Acosta foi primeiro bailarino do Royal Ballet de Londres
Foto: Jamie Parr / BBC News Brasil

Mas, embora os dançarinos que compõem cada um dos grupos possam agora se tocar, eles decidiram manter os tutus gigantes para refletir uma das consequências sociais da pandemia.

"São fantásticos em termos estéticos e marcam a época em que vivemos", acrescentou o artista.

As saias com crinolinas permitiam manter o distanciamento social no século 19
As saias com crinolinas permitiam manter o distanciamento social no século 19
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Os tutus foram inspirados no design de crinolinas, peças de outra era atormentada por pandemias. Eram peças colocadas sob saias para deixá-las muito largas, usadas por mulheres ricas no século 19 como barreira contra a varíola e a cólera, bem como para se protegerem de homens que quisessem tocá-las sem seu consentimento.

No novo espetáculo da companhia dirigida por Acosta, o movimento dos bailarinos está restrito ao que os tutus de dois metros de diâmetro lhes permitem fazer.

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