Oscar: presidente da Academia pede mais diversidade nas indicações
Oscar deste ano foi criticado pela ausência de negros entre os atores indicados
A presidente da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, Cheryl Boone, disse que gostaria de ver mais diversidade racial e de gênero nas indicações ao Oscar, o maior prêmio do cinema mundial, depois que a escolha dos candidatos deste ano foi criticada.
Dentre os 20 indicados nas principais categorias de atores, todos são brancos, e não há mulheres nas categorias de melhor roteiro ou direção.
A Academia viu-se em meio a uma polêmica por causa disso, mas Boone disse que estava orgulhosa dos indicados deste ano e que a organização estava fazendo "grandes progressos" em relação à diversidade.
Boone é a primeira afroamericana a presidir a Academia e disse à agência de notícias AP que tem um "compromisso com a busca por diversidade de vozes e opiniões".
"Nos últimos dois anos, avançamos muito em relação ao passado, nos tornando uma organização mais diversa e inclusiva por meio da admissão de novos membros", ela afirmou.
No entanto, Boone acrescentou que "amaria" ver mais diversidade entre os indicados.
'Muito branco'
Cheryl Boone é a primeira negra a presidente a Academia
Depois que os candidatos deste ano foram indicados, a premiação foi alvo de ironias na internet, com mensagens usando a hashtag "OscarSoWhite" (Oscar muito branco, numa tradução livre), em referência à ausência de atores negros entre os indicados.
Muitos atentaram para o fato de que tanto a diretora de Ava DuVernay e o ator David Oyelowo, do filme "Selma", ficaram de fora da lista deste ano.
O longa trata da luta pelos direitos civis de negros promovida pelo ativista Martin Luther King nos Estados Unidos.
No prêmio Critic's Choice, outro ator de "Selma", Wendell Pierce, disse que seria "uma grande surpresa" se Oyelowo não fosse indicado depois que as pessoas o vissem no filme.
Normalmente, determinados segmentos da Academia escolhem os candidatos de certas categorias. Seus membros que são atores selecionam, por exemplo, os indicados dos prêmios de atuação.
Depois, seus 7 mil membros escolhem os vencedores.
Mas Boone argumentou que "Selma" foi celebrado com sua indicação para melhor filme, uma categoria na qual todos os membros da academia participam da escolha.
Ela disse que, apesar da Academia continuar a se esforçar para se tornar mais diversa, os estúdios como um todo deveria fazer o mesmo.
"Esperamos que a indústria cinematográfica também progrida e se torne mais diversa e inclusiva."