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Peças essenciais x Peças que nunca envelhecem

4 jul 2023 - 19h10
(atualizado em 9/8/2023 às 20h00)
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Definir o que realmente é essencial para se ter no guarda-roupa, é algo muito mais simples do que imaginamos. Ao mesmo tempo que entender o que é uma peça que não envelhece, não é sinônimo de usar roupas velhas e desgastadas com o tempo, é importante. Porém, tudo isso é uma questão de como se expressar, se vestir bem tem relação direta com personalidade e comunicação.

Convenhamos, sempre que começamos a pensar nas roupas que queremos ter no nosso armário, a nossa mente viaja para desfiles e fotos nos tão desejados tapetes vermelhos. Só que vestir-se bem não é uma questão de preço e grife, mas sim o momento (particularidades e necessidades) e o que você quer comunicar com a sua composição, levando em consideração, seu estilo e personalidade.

Ao colocarmos dessa maneira, parece até que o certo é quebrar as regras da moda, bom é isso mesmo. As "necessidades do guarda-roupa" precisam ir de encontro com a sua necessidade ou demanda e os seus objetivos pessoais e/ou profissionais, até mesmo existem peças atemporais, aquelas que ignoram a sazonalidade da moda como camisa branca e jaqueta jeans, mas nem todo mundo tem a necessidade de ter essas peças.

Papo reto sobre estilo

O comunicólogo de moda e consultor de estilo Julio dos Santos é importante entender que cada ser é único com necessidades singulares.

A função do estilo é tornar as pessoas únicas e que elas possam expressar de forma genuína a sua personalidade. É a nossa assinatura

Ao conversarmos com Julio Cesar, ele foi profundo ao trazer reflexões necessárias sobre identidade, personalidade e pertencimento ao explicar pontos-chave na definição do estilo do nosso guarda-roupa.

"A função do estilo é tornar as pessoas únicas e que elas possam expressar de forma genuína a sua personalidade. É a nossa assinatura. Uma ideia que a gente acredita e expressa nas roupas. Diferente da moda, que é sazonal, muda a cada temporada e está mais relacionada às vendas/oferta do que a individualidade", explica Julio Cesar.

AUR - Quando falamos sobre "minha composição se expressar", o que isso quer dizer? 

Julio Cesar - O estilo conta muito sobre quem a gente é, não conta tudo, pois outros fatores como nosso comportamento, nossa voz e gestos, nossa história e trajetória também são responsáveis por traduzir quem somos, mas o modo como a gente se veste é a forma que faz a gente ocupar e pertencer aos espaços que frequentamos e queremos frequentar. Se o estilo comunica sobre nós, pensar sobre qual mensagem queremos passar dará um sentido para o nosso vestir. É o que chamamos em consultoria de imagem de estratégia.

AUR - Então o que eu preciso ter em mente para definir meu guarda-roupa?

JC - Primeiro entender quem é você, quais seus gostos, suas vontades, o que faz sentido para a pessoa que você é e quer se tornar, seus objetivos de vida. É mergulhar num autoconhecimento profundo.

O próximo passo é entender o seu estilo pessoal. E isso se faz também se questionando 

'Quais os seus gostos além da moda?', 'O que me representa independente de estar na moda?' e 'O que é indispensável para mim?'. Passando por 'Como quero ser percebido?' 'Que leitura quero que as pessoas façam de mim?' e 'Quais elogios quero receber?' e junto de outras perguntas chegando em 'Quais são as minhas prioridades?'.

São perguntas que podem gerar outras perguntas e trazer mais segurança para construir estilo e definir um guarda-roupa. Sem olhar pra dentro, a gente fica suscetível às ciladas dos vendedores das lojas empurrando coisas em você só para bater meta e você não usando a peça porque quando chegou em casa viu que não tinha nada a ver com quem você é. Ou o influencer te influenciando com coisas que você nem sabe se gosta, mas achou bonito nele e quer trazer pra sua vida e aí você se frustra e fica inseguro porque o que funciona nele não necessariamente vai servir para você. Quando a gente não sabe o que quer e não se conhece, qualquer coisa serve. 

Em seguida é entender o que é essencial ter para vestir a pessoa que você quer ser e a imagem que você deseja comunicar. Não é um processo que acontece de uma hora para outra, leva tempo e precisa de maturação para chegar num resultado satisfatório. E não tem receita de bolo. É algo muito particular e individual, pois somos seres com desejos e vontades diferentes uns dos outros. 

Com tanta oferta e pessoas nos dizendo o que fazer e vestir, autoconhecimento é a forma mais eficaz para escapar da cultura da influência, das emoções na hora de comprar algum item sem parar para pensar se as suas aquisições traduzir quem você é, funcionam para vida que você leva, vestem a sua personalidade.

"Mais uma vez entra aqui o autoconhecimento para entender quem a gente é e o que a gente quer ter".

AUR - O que temos que entender, quando pensamos no que é essencial no guarda-roupa?

JC - Quem a gente é? Qual a vida que a gente leva? Quais espaços ocupamos? Os nossos gostos, as nossas vontades. Mais uma vez entra aqui o autoconhecimento para entender quem a gente é e o que a gente quer ter. 

Receitas prontas não funcionam para todo mundo que tem necessidades únicas. São bilhões de brasileiros no mundo. Não é possível uma lista pronta atender todas as pessoas. Não acredito que todo homem ou mulher querem ser elegantes. Tem o criativo, o casual, o roqueiro, o que gosta de calça jeans e o que não gosta. 

Temos que fazer a auto-observação para entender o que é melhor pra gente e essas listas filtrar o que faz sentido pra nossa vida. E pode ser que nada vai fazer sentido e você ter que construir a sua própria lista de essenciais para você, entende? As listas prontas podem ser um referencial, mas quando você entende o que faz sentido tirar delas para fazer uso de forma autêntica. 

Quando a gente compra roupa que não representa quem a gente é, a tendência é que elas fiquem esquecidas no armário. Já quando compramos aquilo que realmente amamos, usamos até acabar.  

AUR - Existem roupas que não envelhecem, o quanto uma pessoa precisa delas?

JC - Peças de roupas que não envelhecem tem algum significado histórico no período em que elas se eternizaram, como a jaqueta de couro perfecto usada por Marlom Brando no filme O Selvagem ou pelos Ramones nos anos 1970. A camiseta branca usada e eternizada por James Dean nos anos 1950, que virou símbolo de atitude e rebeldia. E tantas outras como a jaqueta e a calça jeans, a camisa branca, o terno clássico… alguém só vai precisar de alguma delas se essas fizerem sentido para o estilo e a comunicação da imagem delas.

AUR- Posso usar tênis com tudo?

JC - DE-PEN-DE!

Hoje em dia o tênis está mais democrático do que nunca, compondo inclusive looks sociais, de escritório. O tênis vai com tudo. Mas você vestir com tudo depende de quem é você, de qual o seu estilo, como é a sua rotina, quais são seus objetivos pessoais e profissionais, do seu gosto. É preciso refletir sobre vários fatores para afirmar se alguém pode ou não usar tênis com tudo. Mas a moda, as tendências dizem que sim, você pode!

AUR
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