Plácido Domingo deixa Ópera de LA após acusações de assédio
Tenor espanhol dirigia a companhia nos EUA desde 2003
O tenor espanhol Plácido Domingo, renunciou nesta quarta-feira (2) ao cargo de diretor da Ópera de Los Angeles, ocupado desde 2003, em meio a uma série de acusações de assédio sexual e "comportamento impróprio". Em comunicado enviado ao jornal norte-americano "The New York Times", o espanhol afirmou que seu trabalho à frente da companhia ficou "comprometido" depois da polêmica. Segundo Domingo, apesar de ter muito carinho pela Ópera de Los Angeles e ser um dos seus mais importantes legados, "as acusações recentes que foram feitas" contra ele "na imprensa criaram uma atmosfera" em que sua capacidade de servir a empresa que tanto ama foi comprometida. Além disso, o tenor ressaltou que fará de tudo para "limpar seu nome", porque é inocente. Ele ainda classificou todas as denúncias como "repletas de inconsistências". "Faço isso com o coração pesado e, ao mesmo tempo, desejo transmitir ao conselho de diretores da empresa e à equipe de trabalho os meus mais profundos desejos de que a Ópera de Los Angeles continue a crescer e se destacar", afirmou. Em setembro, o artista já havia desistido de participar do espetáculo "Macbeth", de Giuseppe Verdi, no Metropolitan Opera, em Nova York. Na ocasião, Domingo alegou que sua "aparição nesta produção desviaria o trabalho árduo" de seus colegas, "tanto nos palcos quanto nos bastidores". O espanhol foi acusado por diversas mulheres de assédio sexual e "comportamento inadequado" em diferentes casas de ópera nos últimos anos. O caso ganhou repercussão mundial e provocou também o cancelamento de apresentações de Domingo na Orquestra da Filadélfia e na Ópera de São Francisco.