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Por que Justin Bieber decidiu vender direitos de suas músicas por R$ 1 bilhão

Uma empresa britânica adquiriu os direitos autorais do catálogo de 290 canções do artista canadense.

26 jan 2023 - 14h42
(atualizado às 15h22)
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Justin Bieber
Justin Bieber
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Justin Bieber vendeu os direitos de suas músicas para a empresa Hipgnosis Songs Capital por US$ 200 milhões, o equivalente a R$ 1 bilhão.

A empresa agora é dona de todo o repertório do pop star, incluindo seus maiores sucessos, como Baby e Sorry.

Bieber, um dos artistas de maior sucesso do século 21, faz parte do grupo crescente de artistas que venderam os seus catálogos.

Com a venda, a Hipgnosis receberá dinheiro cada vez que uma das canções do ídolo canadense for ouvida em streaming ou usada no rádio, televisão ou no cinema.

Embora a Hipgnosis não tenha divulgado os termos do acordo, uma fonte disse à agência de notícias AFP que a empresa pagou cerca de US$ 200 milhões.
Embora a Hipgnosis não tenha divulgado os termos do acordo, uma fonte disse à agência de notícias AFP que a empresa pagou cerca de US$ 200 milhões.
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

A empresa adquiriu os direitos autorais de Bieber para 290 canções e comprou sua participação nas gravações originais das músicas. Isso inclui todas as suas músicas lançadas antes de 31 de dezembro de 2021.

Embora a Hipgnosis não tenha divulgado os termos do acordo, uma fonte disse à agência de notícias AFP que a empresa pagou cerca de US$ 200 milhões.

Cada vez mais artistas estão vendendo seus catálogos, embora a tendência seja mais comum entre músicos mais velhos.

As lendas da música Bob Dylan e Bruce Springsteen venderam seus catálogos para a Sony nos últimos dois anos. Springsteen recebeu US$ 500 milhões com a venda de toda a sua discografia.

Bruce Springsteen está entre artistas que venderam direitos de suas músicas
Bruce Springsteen está entre artistas que venderam direitos de suas músicas
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Como se lucra com catálogos de música?

Análise de Sean Farrington, apresentador dos programas de da BBC Wake up to Money e Today

Os artistas emergentes de hoje podem se inspirar no "plano de aposentadoria" de Justin Bieber.

Bieber tinha duas opções: continuar sendo pago toda vez que um de seus sucessos fosse tocado ou vender os direitos de uma só vez por uma quantia astronômica.

O canadense optou pela segunda escolha, uma decisão geralmente tomada por cantores muito mais velhos que ele.

Como me disse o investidor que comprou os direitos de Bieber: "Isso dá a ele a chance de aplicar seu dinheiro como bem quiser e elimina os riscos do futuro".

Como se tem retorno financeiro? Talvez a rainha do empreendedorismo musical, a bilionária Rihanna, possa lhe dar alguns conselhos.

'Mais valiosos que ouro'

A Hipgnosis Songs Capital é uma entidade separada do Hipgnosis Songs Fund, que também construiu um catálogo de sucessos clássicos e recebe dinheiro de investidores institucionais.

Este fundo está listado na Bolsa de Valores de Londres desde 2018, enquanto a Hipgnosis Songs Capital não está listada em nenhuma bolsa.

O homem por trás de ambas as empresas é Merck Mercuriadis, que afirmou que sucessos musicais podem ser "mais valiosos do que ouro ou petróleo".

Ele chamou a música de Bieber de "indiscutivelmente a trilha sonora definitiva da revolução do streaming". Treze faixas de Bieber acumulam mais de 1 bilhão de streams em plataformas como YouTube e Spotify.

Bieber esteve em Los Angeles em dezembro para a estreia da série sobre sua vida
Bieber esteve em Los Angeles em dezembro para a estreia da série sobre sua vida
Foto: Reuters / BBC News Brasil

Queda no preço das ações

Como seu público ainda é relativamente jovem, diz o empresário, os royalties continuarão sendo pagos por "60 ou 70 anos".

"O mais bonito da música é que quando essas obras se tornam sucessos, elas se tornam parte da nossas vidas e vivem para sempre", disse Mercuriadis ao programa Today da BBC Radio 4.

No entanto, o preço das cotas de seu fundo caiu mais de 27% desde o ano passado.

Em dezembro, Mercuriadis disse que o preço das ações é decepcionante, mas disse acreditar na lucratividade de longo prazo do negócio.

"No mercado de música em geral, as pessoas continuam a ouvir e pagar por música, apesar dos crescentes problemas de custo de vida, com os fluxos de áudio dos EUA superando a marca de 1 trilhão por ano pela primeira vez", disse.

"Esses são indicadores do crescimento que teremos à medida que a receita fluir para a Hipgnosis no processo de cobrança."

Apesar de não estar envolvido nessa compra, o preço das ações do fundo subiu 1,6% após o anúncio do acordo com Justin Bieber.

- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/geral-64411614

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