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Prefeitura muda regra para uso de moedas da Fontana di Trevi

Novas medidas entraram em vigor nesta segunda-feira (1)

2 abr 2019 - 13h08
(atualizado às 15h09)
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Após 18 anos, as moedas jogadas por turistas na Fontana di Trevi não serão mais destinadas a Caritas, organização religiosa beneficente, mas vão ser usadas pela Prefeitura de Roma para "projetos sociais" e para a preservação do patrimônio cultural" da capital italiana. A medida sobre o destino do valor arrecadado no famoso monumento entrou em vigor nesta segunda-feira (1).

Fontana de Trevi, Roma
Fontana de Trevi, Roma
Foto: iStock

O dinheiro normalmente era recolhido e doado à Caritas, mas nos últimos meses a prefeita da cidade eterna, Virginia Raggi, queria que o dinheiro fosse investido em infraestrutura. A mudança chegou a ser aprovada pelos vereadores municipais, mas foi considerada pelos bispos católicos como um ataque aos mais pobres. Mesmo a política do Movimento 5 Estrelas dizendo que havia recuado na decisão, a imprensa italiana reafirmou que a entidade católica não receberá mais o donativo. As moedinhas jogadas por turistas nas águas da fonte eternizada por Anita Ekberg em La Dolce Vita anualmente totalizam cerca de 1,5 milhões de euros. Geralmente, o dinheiro é recolhido pela Acea, empresa responsável pela manutenção da fonte, e entregue aos funcionários da Caritas, na presença da polícia de Roma. Os voluntários, por sua vez, separavam as moedas e depositavam no banco para financiar os projetos. A cada três meses, a prefeitura recebia um relatório da Caritas sobre o uso dos fundos. O dinheiro representava 15% do orçamento da entidade, que também é subsidiada por convenções públicas da região (70%) e por fundos privados (15%).

Nos últimos anos, a verba era usada para fornecer refeições em cantinas sociais, assistência e recepção a moradores de rua, compra de alimentos, pagamento de contas de famílias carentes — despesas médicas, aluguel, entre outras. A entidade ainda contava com ajuda de casas de câmbio para trocar as divisas, incluindo reais, por euros.

No entanto, com a nova determinação, as moedinhas arrecadadas serão contabilizadas pelos funcionários da Acea e parte do valor será investido na manutenção do patrimônio cultural da capital e a outra em "projetos sociais" genéricos e, até o momento, não identificados. A atitude de confiar à Caritas de Roma o dinheiro da fonte era datada de 2001, após um decreto do então prefeito da capital, Walter Veltroni. Desde então, a medida estava sendo confirmada também pelas administrações sucessivas.

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