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SP: após incêndio, Memorial suspende atividades do fim de semana

29 nov 2013 - 19h33
(atualizado às 19h48)
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<p>As chamas do incêndio que atingiu o Auditório Simon Bolívar, nesta sexta-feira, na zona oeste da capital</p>
As chamas do incêndio que atingiu o Auditório Simon Bolívar, nesta sexta-feira, na zona oeste da capital
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra

A assessoria de imprensa da Fundação Memorial da América Latina confirmou ao Terra, nesta sexta-feira (29), que todas as atividades do Auditório Simon Bolívar estão suspensas neste fim de semana. O espaço foi atingido por um incêndio de enormes proporções no início da tarde.

O Circo Zanni, que realizaria suas últimas apresentações no Memorial nos próximos dias, também cancelou sua agenda, por meio de comunicado divulgado em seu Facebook oficial. O Sarau Memorial, o VII Encontro Paulista de Hip Hop e o Festival CineFantasy - Trilogia de Fábulas Negras, que ocorreriam neste sábado (30), também não devem ser realizados. Para mais informações é necessário contatar a fundação no número 3823-4600 ou no site www.memorial.org.br .

Projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, o Memorial da América Latina se tornou um dos mais importantes centros culturais da cidade de São Paulo em seus quase 25 anos de história. Fundado no dia 18 de março de 1989, o espaço, dividido em duas partes, é localizado em uma área de 84.840 m² no bairro da Barra Funda, na zona oeste da capital paulista. No total, os edifícios que compõem a instituição somam 25.210 m².

Com projeto cultural desenvolvido pelo antropólogo Darcy Ribeiro, o Memorial foi instituído em São Paulo pela Lei 6.472, promulgada pelo então governador do Estado Orestes Quércia, com a finalidade de divulgar e promover as culturas brasileira e sul-americana, bem como "sua integração às atividades intelectuais do Estado".

Para isso, o espaço promove, sempre focando em Brasil e América Latina, eventos culturais e artísticos com personalidades; o intercâmbio e desenvolvimento de pesquisadores, artistas e escritores por meio de concessões de bolsas de estudo ou de pesquisas no País e no exterior; e a promoção de cursos, seminários e congressos sobre temas de interesse locais.

Imagens mostram incêndio que atinge Memorial da América Latina:

O Memorial da América Latina também abriga biblioteca, discoteca, cinemateca, videoteca e centro de documentação que contemplam aquilo que há de mais importante na produção de ciências, literatura e artes latino-americanas. 

Seu acervo de obras de arte se encontra entre os mais simbólicos de São Paulo. Nele estão peças como a Escultura da Mão, de Oscar Niemeyer, marco da capital paulista que pode ser encontrado reproduzido em túneis e pontos turísticos da cidade, com sua marcante palma exibindo em baixo-relevo vermelho as terras latino-americanas; a Tapeçaria da artista plástica Tommie Ohtake, peça de quatro cores com impressionantes 800 m² de área, localizada no Auditório Simón Bolívar; a Grande Flor Tropical, do escultor Franz Weissmann, peça metálica toda vermelha disposta na Praça Cívica; e o gigantesco Painel Tiradentes, com 17,70 x 3,09m, de Cândido Portinari.

O Memorial também possui um acervo de arte popular, situado no Pavilhão da Criatividade, onde se encontram milhares de peças de artesanato e artes plásticas de autores anônimos. Além de trabalhos brasileiros, lá estão dispostas peças mexicanas, guatemaltecas, equatorianas, chilenas, uruguaias, peruanas, paraguaias e bolivianas. Entre elas, máscaras, instrumentos musicais e enfeites.

O espaço também já recebeu exposições de enorme importância em seus poucos anos de história. No ano passado, o Salão de Atos, a Galeria Marta Traba e a Biblioteca Victor Civita abriram foram abertos ao público para a exposição Guerra e Paz, que apresentou os dois últimos e maiores murais criados por Cândido Portinari (1903-1962) ao lado dos estudos originais e documentos históricos que marcaram a criação das obras, um presente do Governo Brasileiro para a sede da ONU, em Nova York.

Fonte: Terra
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