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Tanzaniano Abdulrazak Gurnah vence Nobel de Literatura

Escritor foi premiado por análise do colonialismo e refugiados

7 out 2021 - 08h50
(atualizado às 09h15)
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O escritor tanzaniano Abdulrazak Gurnah conquistou nesta quinta-feira (7) o Prêmio Nobel de Literatura em 2021.

Romances de Abdulrazak Gurnah abordam vida de refugiados e efeitos do colonialismo
Romances de Abdulrazak Gurnah abordam vida de refugiados e efeitos do colonialismo
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

De acordo com a Academia Sueca, Gurnah foi laureado por sua "intransigente e compassiva análise dos efeitos do colonialismo e do destino dos refugiados no abismo entre culturas e continentes".

Nascido no famoso arquipélago de Zanzibar, em 1948, Gurnah chegou ao Reino Unido como refugiado no fim da década de 1960, quando tinha 18 anos, para escapar de perseguições e massacres contra pessoas de origem árabe em sua terra natal.

Ele conseguiria voltar para Zanzibar apenas em 1984, pouco antes da morte do seu pai. Autor de 10 romances e diversos contos, Gurnah também foi professor de inglês e literatura pós-colonial na Universidade de Kent.

Sua língua materna é o suaíli, mas o tanzaniano construiu sua carreira literária escrevendo em inglês. De acordo com a Academia Sueca, o tema dos refugiados permeia toda a obra de Gurnah, que "sempre se esforçou para evitar a nostalgia de uma África pré-colonial mais primitiva".

Em "Dottie" (1990), por exemplo, o autor narra a história de uma mulher negra e filha de imigrantes na Inglaterra dos anos 1950. Por causa do silêncio de sua mãe, a protagonista não consegue se conectar com a própria família, ao mesmo tempo em que se sente sem raízes em solo inglês, apesar de ter nascido e crescido ali.

"A protagonista tenta criar seu próprio espaço e identidade através de livros e histórias. Ler dá a ela a chance de se reconstruir", diz a Academia Sueca. De acordo com a instituição, os "personagens itinerantes de Gurnah se encontram em um hiato entre culturas e continentes, entre uma vida que se foi e uma que está emergindo".

"A dedicação de Gurnah à verdade e sua aversão à simplificação são impressionantes. Isso pode torná-lo sombrio e intransigente, ao mesmo tempo em que segue o destino dos indivíduos com grande compaixão e comprometimento inflexível. Seus romances fogem de descrições estereotipadas e abrem nosso olhar para uma África Oriental culturalmente diversificada, desconhecida para muitos em outras partes do mundo", diz a Academia Sueca.

Gurnah é o primeiro escritor negro a vencer o Nobel de Literatura desde 1993, com a americana Toni Morrison, e apenas o quarto em toda a história - os outros dois são o nigeriano Wole Soyinka (1986) e o santa-lucense Derek Walcott (1992).

Outros prêmios

A edição 2021 do Nobel já premiou os americanos David Julius e Ardem Patapoutian com o de Medicina; o italiano Giorgio Parisi, o japonês Syukuro Manabe e o alemão Klaus Hasselmann com o de Física; e o alemão Benjamin List e o britânico David MacMillan com o de Química.

O vencedor do Nobel da Paz será divulgado nesta sexta (8), enquanto o de Economia será conhecido na próxima segunda-feira (11). Até agora, nenhuma mulher foi laureada neste ano.

Ansa - Brasil
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