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Tassili n'Ajjer: as pinturas misteriosas das cavernas do Saara

27 out 2023 - 09h01
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Tassili n'Ajjer, nome que significa "planalto entre rios" no idioma berbere, está paradoxalmente entre as regiões mais secas do mundo, em pleno deserto do Saara. O local é hoje um parque nacional da Argélia, localizado no sudeste do país, na fronteira com a Líbia, o Níger e o Mali, e abriga uma das mais ricas coleções de arte rupestre pré-histórica do mundo.

Com visitas limitadas, o sítio arqueológico apresenta mais de 15 mil pinturas e gravuras primitivas no que pode ser chamado de maior museu ao ar livre do mundo. Através das imagens registradas nas paredes de cavernas, os visitantes testemunham as alterações do clima, da fauna, e a evolução das comunidades humanas que habitaram o Saara desde 6000 a.C.

Patrimônio Mundial pela UNESCO em 1982 e Reserva da Biosfera em 1986, o Tassili n'Ajjer transcende os limites da arqueologia e do turismo e envereda por uma literal viagem no tempo através da arte. O traço rústico traz imagens do dia a dia, crenças e rituais petrificados e uma coleção de signos e símbolos ainda a espera de serem decifrados e compreendidos.  

A vida representada nas paredes do Tassili n'Ajjer

(Fonte: Gruban/UNESCO)
(Fonte: Gruban/UNESCO)
Foto:  Gruban/UNESCO  / Mega Curioso

Os traços, feitos com tintas de materiais naturais como ocre, hematita e manganês, são coloridos e mostram detalhes de cenas do dia a dia:  pessoas ocupadas com trabalhos agrícolas, cuidando de animais e expedições de caça. Mas há também momentos especiais, nos quais a participação da comunidade em danças e celebrações revela tradições e ritos. 

As figuras antropomorfas apresentam grande riqueza de detalhes, sugerindo pistas das vestimentas, adereços e utensílios usados nas diferentes épocas retratadas. As roupas e acessórios reproduzidos nas paredes das cavernas mostram notáveis semelhanças com o vestuário tradicional de povos contemporâneos da África, permitindo deduzir sua continuidade cultural através dos tempos.

Já os zoomorfos aparecem em contextos domésticos e de caça, em uma fauna diversa que mistura cabras e vacas com antílopes e girafas. 

Deuses e astronautas nas paredes do Tassili

(Fonte: Mohammed Beddiaf/UNESCO)
(Fonte: Mohammed Beddiaf/UNESCO)
Foto:  Mohammed Beddiaf/UNESCO  / Mega Curioso

Quando o etnógrafo Henri Lothe se aventurou em uma expedição com os tuaregues no Tassili, em 1956, ele descobriu um impressionante maciço chamado "Jabbaren", ou "Gigantes" na língua local. Maravilhado com a representação de um ser com mais de seis metros de altura, o explorador o chamou de "O Grande Deus Marciano", abrindo especulações para uma suposta colonização alienígena. 

Mais tarde, chegou ao local outro suposto arqueólogo chamado Erich Von Däniken, que defendia a teoria de que as pinturas rupestres do Tassili eram um testemunho do contato de seres humanos com criaturas de cabeça redonda de outros planetas

Embora as teses do suíço tenham sido rechaçadas pelos cientistas e acadêmicos como pseudoarqueologia, o seu livro Eram os deuses astronautas?, transformado em um documentário em 1970, ajudou a popularizar mundialmente as imagens impressionantes do Tassili n'Ajjer.

Mega Curioso
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