Atriz de direita ataca Big Brother: “Programa idiota, lixo”
Maria Vieira, que fez novelas na Globo, agora se dedica à carreira política em partido conservador e luta contra o socialismo
Ícaro Silva, que chamou o ‘BBB’ de “entretenimento medíocre” e se envolveu em polêmica com o ex-apresentador da atração, Tiago Leifert, poderia se unir à atriz portuguesa Maria Vieira na cruzada contra o reality show.
Pensando bem, seria impossível. Os dois estão em lados opostos no espectro político. Ele, militante de esquerda e da diversidade; ela, atuante na direita radical e contra os discursos das minorias oprimidas.
A artista portuguesa, de 64 anos, com alguns trabalhos na Globo (“Brasil a Bordo”, “Aquele Beijo”, “Negócio da China”), ficou revoltada ao ler manchetes na imprensa sobre sua hipotética entrada no ‘Big Brother Famosos”, que estreia dia 2 de janeiro em seu País.
“Jamais recebi qualquer convite da TVI ou de qualquer produtora (se o tivesse recebido encarará-lo-ia desde logo como uma ofensa pessoal) para integrar o referido programa”, escreveu no Facebook.
“Só as pessoas mais distraídas, mais idiotas ou mais acéfalas acreditariam que uma actriz com 40 anos de carreira em Portugal e no exterior e sobretudo uma cidadã como eu, que exerce o cargo de Deputada Municipal em Cascais... se sujeitaria sequer a ouvir uma proposta para integrar um programa de televisão que representa tudo aquilo que de pior pode ter um ser humano!”
Sobrou até para a imprensa, xingada de “jornalixo” por Maria. Em postagem dias antes, ela já havia lançado críticas ácidas. Chamou o ‘Big Brother’ de “programa idiota de televisão”, “lixo”, “horrível”, “deprimente” e associou a atração à “miséria humana que se apoderou de Portugal”.
Contou não entender quem “irá se sujeitar a rastejar na lama” ao participar do reality show “por meia dúzia de tostões”. A atriz afirma que não aceitaria entrar no ‘Big Brother’ nem por “1 milhão de euros por dia”.
Em Portugal, as edições especiais do programa pagam ao vencedor 50 mil euros, ou seja, R$ 320 mil. Bem menos do que o defasado R$ 1,5 milhão do ‘BBB’ da Globo.
Imprescindível destacar que produções populares sem pretensão artística, como o ‘Big Brother’, contribuem com relevante faturamento para a sobrevivência das emissoras de TV.
São programas assim, rotulados como “lixo” e “medíocre” por atores supostamente elitistas, que ajudam a pagar os salários dos milhares de profissionais que trabalham em canais comerciais.
Apoiada na fama concedida pela televisão, Maria Vieira se tornou um nome importante do Chega, partido de direita considerado por parte da mídia portuguesa como radical, nacionalista, populista, xenofóbico, racista e homofóbico.
No ano passado, o líder da legenda, André Ventura, postou um tweet para agradecer “a confiança e a amizade” do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o filho número 3 de Jair Bolsonaro.
Em janeiro, Maria Vieira vai tentar uma vaga na Assembleia da República, a Câmara dos Deputados de Portugal. Um de seus slogans é “Deus, Pátria, Família e Trabalho”, quase idêntico ao “Deus, Pátria e Família” já usado pelo presidente brasileiro.
Longe dos estúdios e cada vez mais polemista, a atriz se posiciona contra a “maldita televisão”, assim como não se cansa de demonizar o “maldito socialismo” e o “maldito globalismo”.
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