Carnaval do Recife tem ações inclusivas para todos os públicos
Polos da folia contam com iniciativas específicas para mulheres, negros, idosos, pessoas com deficiência e comunidade LGBTQI+
Não importa idade, raça, credo ou orientação sexual: tem espaço para todos, todas e todes no carnaval. Ações inclusivas, com foco em diferentes comunidades e minorias, devem acontecer no Recife durante os festejos de Momo.
Uma das ações conta com a participação de dois ícones musicais: Gaby Amarantos e Nega do Babado. As duas estrelam a campanha intitulada 'Como Não Ser um Babaca no Carnaval 2023'.
Sempre vale reforçar: não é não. Além disso, fantasia não é convite. Beijo forçado, puxada de braço e fechar a moça em rodinha de amigos é importunação sexual, e, por isso mesmo, crime.
As recomendações estarão em cartilhas que serão distribuídas nos polos da festa, com informações sobre onde e quando as mulheres devem pedir ajuda.
Nem com uma Flor
Ainda relacionado à questão de gênero, para reforçar a luta pelo fim da violência contra a mulher, o bloco político-carnavalesco Nem Com Uma Flor desfilou pelas ruas do Bairro do Recife na tarde de quinta-feira, 16. Promovido pela Secretaria da Mulher, teve entre as atrações a Orquestra Só Mulheres e o maracatu Baque Mulher.
Até o último dia de carnaval, um stand vai funcionar no polo de folia da Praça do Arsenal, das 16h à 1h, com uma equipe multidisciplinar voltada ao acolhimento e à orientação de mulheres em situação de violência doméstica ou sexista. Os profissionais vão atender vítimas de assédio, importunação sexual e outras formas de violência durante os festejos.
Comunidade LGBTQI+
A folia está garantida para pessoas LGBTQI+, que merecem se divertir em segurança também no carnaval. Artistas e público ganham destaques em três palcos espalhados pela cidade: na Rua da Moeda, no Pátio de São Pedro e no Ibura, com dias dedicados a este público na programação.
Esses polos também vão receber jovens empreendedores LGBTQI+ em uma feira de alimentos artesanais. Esta será a primeira oportunidade de trabalho após participarem de uma oficina de empreendedorismo.
Entre as atrações, performances de drags e transformistas da cena local, além de apresentações musicais de Romero Ferro, Banda Sentimentos e Eduarda Alves.
Cultura Afro
Criada há mais de 20 anos pelo Movimento Negro Unificado (MNU), a Terça Negra busca difundir e estimular reflexões a respeito da influência afro nas expressões artísticas do estado. Nesta época do ano, o projeto ganhou edições especiais de carnaval, no Pátio de São Pedro. Afoxés, maracatus, orquestras iorubás, coco de roda e samba reggae integram essa programação.
Pessoas com deficiência
Na maior, mais democrática e inclusiva festa popular do Brasil, o principal palco, no Marco Zero, terá intérpretes de libras e equipamento de audiodescrição. Nos cinco dias de shows, todos os palcos do carnaval do Recife contarão com espaço acessível em frente ao palco, no frontstage, para que foliões com deficiência e acessibilidade reduzida possam curtir a folia com seus acompanhantes.
Pessoa Idosa
Para assegurar o direito ao lazer e à cultura a todas as idades, aconteceu, na última terça-feira, 14, o 20º Baile da Pessoa Idosa do Carnaval do Recife. Cerca de 10 mil pessoas, entre integrantes de mais de 100 grupos de convivência do Recife e de cidades vizinhas, moradores de instituições de longa permanência e gente com mais de 60 anos acompanhados dos familiares, puderam celebrar a festa de Momo ao som da Spok Frevo.