Curta muito, gaste pouco: baianos ensinam como aproveitar o carnaval de Salvador
Não ter dinheiro para sair em blocos não é desculpa para ficar em casa na maior festa de rua do planeta; veja dicas de economia na folia
Se você leu a matéria que publicamos com os valores dos camarotes mais badalados do carnaval de Salvador, é possível que tenha se assustado com o custo de curtir a festa. Mas, calma. A folia é considerada uma festa democrática não à toa.
Há programação para todos os bolsos, e os baianos ouvidos pelo Terra garantem que dá para aproveitar todos os dias de carnaval sem ficar no vermelho. Quem assegura? As pessoas da classe que tradicionalmente têm menos dinheiro e mais energia para curtir todos os dias de festa: os estudantes universitários.
Seja pipoca - e não é no 'BBB'
Não ter dinheiro para sair em blocos não é desculpa para ficar em casa no carnaval de Salvador. Até porque, de uns anos para cá, cada vez mais blocos têm baixado as cordas e dado lugar às pipocas. Sim, dá para sair atrás do trio elétrico de Ivete Sangalo, Saulo Fernandes, Pabllo Vittar, Anitta, Léo Santana, Claudia Leitte e tantos outros artistas sem pagar um real por isso.
É claro, a pipoca não oferece a mesma segurança dos blocos e camarotes, mas os amantes de carnaval garantem: dá para curtir sem medo.
"A pipoca é um lugar seguro, se você compreende as regras de quando se está na pipoca", afirma a estudante de medicina Luísa Covre, 22. Ela cita algumas precauções que podem ser tomadas pelo folião, como saber a programação dos trios com antecedência, para não se deparar com nenhuma surpresa.
"Saiba quais blocos você quer ir, porque tem blocos que são mais famosos por ter mais violência", considera.
Outra dica é ir para o carnaval com uma doleira, onde você possa guardar o celular por debaixo da roupa. E se você precisar de mais uma ajudinha dos universitários, Luísa completa: leve um celular antigo para a folia, assim não seria uma grande perda em caso de furto.
"Até mesmo as roupas, eu não me importo muito se elas vão estragar, se elas vão ficar encardidas, por exemplo. São roupas que não farão muita falta no meu vestuário", diz.
Assine sua própria fantasia
Para os mais criativos, fazer a própria fantasia acaba se tornando uma ótima opção para economizar.
"Eu vou em loja de tecido e faço em casa mesmo" diz a estudante de contabilidade Paula Mendes, 23. "Costumo gastar menos do que R$ 50,00 na fantasia. Não sei dizer o valor exato, mas é bem menos que isso", afirma.
Para Luísa Covre a economia costuma ser ainda maior. Ela, que tem o hábito de fazer as próprias fantasias todos os anos, diz que hoje em dia nem compra muito material na rua e reaproveita coisas de outros carnavais ou roupas antigas
Mas e você for do tipo que precisa comprar os materiais, vale se atentar:
- Pensar nas fantasias antes, para comprar os adereços com antecedência;
- Pesquisar os adereços na internet, pois costumam ser mais baratos;
- Opte por comprar em lojas populares, como na Avenida 7 de Setembro, em Salvador, e na Rua 25 de Março, em São Paulo, por exemplo.
Álcool em conta
Dicas de economia também para quem quer ficar "daquele jeito" na avenida sem desembolsar muito por isso. O estudante de comunicação Matheus Vilas, 23, sugere "ir de galera" para aproveitar os descontos.
"Sempre tem aquelas promoções de três cervejas por R$ 10,00 ou três por R$ 12,00, sendo que normalmente uma é R$ 5,00. Cada amigo vai pagando a rodada e já economiza", recomenda.
Vale também fazer um 'esquenta' em casa, antes de sair para a festa. Luísa Covre, estudante de medicina, garante que é mais barato comprar bebida alcoólica no mercado e fazer algumas misturas em casa para levar para o carnaval em garrafas plásticas.
Mas como baiano não encara com o carnaval como brincadeira, a autônoma Gabriela Lopes, 28, apresenta uma dica e tanto: levar um cooler para o Morro do Gato - área que fica, literalmente, no meio do circuito Barra-Ondina (Dodô), e oferece uma boa vista da festa - e curtir o carnaval ali mesmo.
"Levamos umas duas caixas de cerveja por dia, porque a gente não é de ficar subindo e descendo, ficamos lá de boa", conta.
Volta de táxi?
Se até a Bruna Marquezine andou de mototáxi depois de sair do circuito Barra-Ondina, quem somos nós para escolher outro meio de transporte? Essa é a dica dada por Matheus Vilas, que costuma aliar o mototáxi ao transporte público na hora de voltar para casa.
"Acho que é o combo perfeito. Na volta, que é quando eu estou mais cansado, pego um mototáxi até a estação de metrô, porque é mais barato. Gasto cerca de R$ 10,00, e de lá pego o transporte público pra minha casa", conta.
Outra opção para quem quer fugir dos preços altos dos transportes por aplicativo ou táxis fora do circuito é usar os ônibus oficiais do carnaval de Salvador. Pelo valor de R$ 15,00 por trecho, eles deixam o folião nos principais shoppings da cidade. De lá, a pessoa pode pegar um transporte privado ou até mesmo o carro, se tiver estacionado gratuitamente no shopping - esta última opção, apenas em caso de não ter ingerido bebida alcoólica.