Jovem é agredido por pai e filho lutadores de MMA em bloco de carnaval
Caso ocorreu no Rio de Janeiro e vítima teve traumatismo craniano; suspeitos prestaram depoimento na delegacia nesta sexta-feira (24)
A Polícia Civil investiga o espancamento de um jovem em um bloco de carnaval, na madrugada de quarta-feira, 22, em Campo Grande, no Rio de Janeiro. Os suspeitos da agressão são pai e filho, Luís Alberto Nogueira, conhecido como Betão, e Paulo Roberto Nogueira, o PL, ambos lutadores de MMA.
O estudante Renato de Araújo Sardinha Filho, de 18 anos, segue internado com traumatismo craniano no Hospital Municipal Rocha Faria após ser agredido. Em entrevista à TV Globo, e mãe dele, Aline Cristina Bastos de Siqueira, contou que encontrou o filho desmaiado.
"O estado dele é estável. Ele está sendo avaliado pela neurocirurgia devido aos traumas na cabeça, edema, sangramento. Ele teve um traumatismo craniano. Quebrou osso da têmpora, com uma lesão forte, e tem escoriações pelo corpo. Está com muita dor", afirmou a mãe.
Aline contou que, segundo Renato, ele estava com amigos no bloco de carnaval, quando um dos lutadores, que é o pai, esbarrou no estudante. "Ele [Renato] deu um passo para trás, aí o cara olhou para ele e perguntou: 'quer tomar uma porrada agora ou depois?'. Ele falou que não queria confusão, mas ainda sim tomou o primeiro soco", diz ela.
Segundo a versão do estudante, depois disso ele caiu no chão, mas mesmo após caído continuou a ser agredido pela dupla. "Eu recebi uma ligação dizendo que meu filho estava muito machucado. Quando eu cheguei e olhei o estado dele, pensei: 'Meu Deus' ", relembrou a mãe.
Já pai e filho lutadores de MMA afirmaram em transmissão ao vivo que as agressões começaram após o jovem fazer uma ofensa racista contra um deles e chamá-lo de "macaco fedorento". Nesta hora, segundo alega o lutador, seu filho desviou de um soco de Renato e revidou dando um murro que o derrubou ao chão. Eles negam que tenham agredido o rapaz após ele estar já caído.
Segundo apurado pela TV Globo, Luís Alberto Nogueira já foi condenado por violência doméstica contra uma ex-namorada. As agressões foram registradas em vídeo por uma testemunha. Como ainda cumpre a pena, por determinação da Justiça ele não poderia estar na rua no horário em que Renato foi agredido.
Pai e filho suspeitos das agressões prestaram depoimento na manhã desta sexta-feira, 24. Em nota, a Polícia Civil informou ao Terra que o caso foi registrado na 35ª DP (Campo Grande). Os envolvidos estão sendo ouvidos e diligências estão em andamento para esclarecer os fatos.