Liga de Carnaval de SP reprova ato racista de presidente em desfile
Na madrugada, a X9 Paulistana publicou um vídeo do presidente em que ele classifica o ato como "um mal entendido"
A Liga de Carnaval do estado de São Paulo se pronunciou sobre a fala racista do presidente da X9 Paulista, Mestre Adamastor, após a repercussão negativa, no desfile das escolas.
"Como organizadora de uma festa cuja identidade é essencialmente negra e enquanto representante do samba em São Paulo, a Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo vem a público para se opor às falas de cunho racista, manifestadas por falta de conhecimento durante o início do desfile da X-9 Paulistana, no último domingo (19)", iniciou nota.
Mestre Adamastor convocou os membros de sua escola, pedindo pata que todos levantassem a mão e fechassem o punho. Ainda perguntou se todos sabiam o que significava o símbolo.
"Porr* nenhuma", respondeu ele, que no perfil do Instagram sinaliza ser palestrante motivacional. "Se a gente não cantar, a gente tá morto com farofa. Essa é a real", completou.
Na nota, a Liga ainda deixa claro que o gesto é antirracista e "que expressa a unidade, a força e o orgulho do povo preto".
"A Liga-SP não compactua com a fala equivocada de um presidente, manifestada durante o Carnaval SP 2023, e vai tomar as medidas cabíveis internamente", afirmou a organização.
Presidente se pronuncia
Na madrugada, a X9 Paulistana publicou um vídeo do presidente em que ele classifica o ato como "um mal entendido".
"Toda comunidade xisnoveana presente entendeu que a ali a intenção era motivar os integrantes da escola e que não houve nenhuma relação com banalização ou racismo, isso JAMAIS seria tolerado", justificou.
"Eu tive a infelicidade de usar um termo que hoje eu aprendi que faz parte do princípio da resistência negra. Jamais passaria isso pela minha cabeça de uma fala de ofensa, provocação. [...] Que as pessoas usem esse meu erro, para que estudem sobre o tema", disse o presidente da X9 Paulistana no vídeo.
"A gente vive em um país racista e a gente precisa realmente estudar sobre isso", completou Adamastor.