"Não vai ninguém da Bahia", diz Vovô do Ilê sobre homenagem da Mangueira a blocos afros
O fundador do bloco falou ainda sobre a situação financeira do Ilê Aiyê, que acumula dívidas e sofre sem patrocínios
Durante a tradicional saída do Ilê Aiyê, no carnaval de Salvador, neste sábado, 18, o Vovô do Ilê comentou a homenagem feita pela escola de samba Mangueira, do Rio de Janeiro, aos blocos afro. O fundador do Ilê disse que "não vai ninguém da Bahia". "Não mandaram passagem, nada. E eles conseguem patrocínio do governo do Estado, da prefeitura, mas infelizmente, não mandaram", afirmou.
O Vovô do Ilê chegou a visitar a escola de samba. "Tem um carro muito bonito, inclusive um faz homenagem até a minha mãe também. E o carro dos afoxés, que vai fazer homenagem ao Moa do Katendê", disse, relembrando o mestre de capoeira morto na Bahia durante uma discussão política em 2018. "Teve convite, mas não teve passagem", enfatizou o Vovô.
O fundador do bloco falou ainda sobre a situação financeira do Ilê Aiyê, que acumula dívidas e sofre sem patrocínios. "A situação não está 100%, não. As atividades sociais estão paradas. Então, a gente cobra muito é dos órgaos públicos e também do setor privado, já que é uma cidade negra que consome tudo e você não consegue apoio", afirmou. Ele explicou que, para o carnaval, o Ilê recebeu suporte da prefeitura e do governo do Estado.
Com relação às ações sociais que são desenvolvidas pelo grupo fora do período carnavalesco, o Vovô disse acreditar que os apoios "estão para voltar". Estiveram presentes na saída do Ilê diversas personalidades políticas da Bahia, como o governador Jerônimo Rodrigues (PT), os secretários de Cultura da Bahia, Bruno Monteiro, e de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho. Os dois últimos disseram estar comprometidos com o apoio aos blocos afros.