"Saímos de um tempo de retrocesso", diz Ivete Sangalo sobre o pós-pandemia

Existe pouca coisa que a cantora baiana Ivete Sangalo não fez nos seus quase trinta anos de carreira. Depois de shows lotados no Maracanã e no Madison Square Garden (Estados Unidos), Veveta, como é chamada pelos fãs, quer celebrar o carnaval da cidade que lhe deu o mundo: Salvador. 

O lançamento do EP 'Chega Mais' é a manifestação disso e marca o retorno do carnaval da Bahia pós-pandemia e, segundo ela, o desejo de ver os fãs felizes.

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"Eu não lanço uma música com o objetivo de ela ser a 'música do carnaval'. Eu lanço e ela toma uma vida própria. Esse EP de carnaval foi um sonho que eu tive, e eu queria fazer uma coisa para os fãs, para que eles estivessem pertinho de mim", declarou Ivete, durante a coletiva de lançamento do novo trabalho, no início da noite de quarta-feira, 18. 

O nome do trabalho deixa isso claro.

"'Chega Mais' é pra ficar mais próximo, mais íntimo", explica. "Tem dois anos sem carnaval, tem dois anos que a gente não se encontra. Eu queria coroar essa retomada com um repertório exclusivamente carnavalesco".

Por mais antagônico que pareça, a reclusão imposta pela pandemia temperou o projeto de seis faixas e que foi pensado para soar como um desfile de trio-elétrico, desde a saída até o fim do circuito. A pandemia também está por trás da escolha do tema para a fantasia e show que ela vai apresentar durante o carnaval. 

"O tema será 'De Volta Para o Futuro', é uma alusão ao filme, do ponto de vista estético, mas também no viés de que nós voltamos para a nossa realidade", explica. 

No entendimento da artista, a incerteza do futuro, decorrente da pandemia, deixou as pessoas sedentas por ele.

"Nós entramos no ano de maior esperança, nós entramos em um eixo de maior possibilidade. Nós saímos de um tempo de retrocesso, estamos mirando para o futuro, portanto, estamos de volta para o futuro", acrescenta. 

Inspirações

Em 'Cria Da Ivete', uma das faixas carro-chefe do 'Chega Mais', Ivete Sangalo usa muitas gírias baianas para flertar com o empoderamento feminino. "Nós mulheres podemos tudo, fazemos o que queremos, nós temos esse direito instaurado em nossas almas, mas é preciso educar para que sejamos livres", defende a cantora. 

Já na faixa 'Se Saia', também recheada de dialeto baiano, a maior referência é Luiz Caldas, importante nome da música baiana. 'Rua da Saudade' é um samba reggae mais romântico, inspirada na falta que o carnaval fez na vida de quem ama a festa.