Carnaval de rua é cancelado na cidade de São Paulo
Desfiles das escolas de samba de SP no Sambódromo do Anhembi foram mantidos desde que a liga das escolas aceite os protocolos sanitários
Com o avanço da variante Ômicron do coronavírus e o aumento de atendimentos de pacientes com sintomas respiratórios, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), anunciou o cancelamento do carnaval de rua da cidade de São Paulo em 2022 nesta quinta-feira (6).
Os desfiles das escolas de samba de São Paulo no Sambódromo do Anhembi foram mantidos e estão previstos para ocorrer nos dias 25, 26, 27 e 28 de fevereiro, além do desfile das campeãs em 5 de março. As apresentações, no entanto, só acontecerão se a Liga das Escolas de Samba aceitar os protocolos sanitários que serão elaborados.
A decisão foi anunciada após uma reunião com representantes da Vigilância Sanitária e da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que apresentaram um levantamento epidemiológico da covid-19 na cidade de São Paulo nos últimos meses, além de recomendarem a criação de protocolos para o desfile das escolas de samba e a exigência de passaporte da vacina para festas de qualquer porte.
Gráficos exibidos pela Vigilância Sanitária paulistana na reunião com o prefeito mostram uma elevação nos casos de síndrome respiratória a partir da segunda quinzena de dezembro. No caso da covid-19, o número mais que triplicou em duas semanas (chegando a 9024 novos diagnósticos na última semana epidemiológica).
Além de São Paulo, ao menos 11 capitais cancelaram o carnaval de rua, como Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Florianópolis. A situação também se repete no interior de São Paulo, incluindo a tradicional folia de São Luiz do Paraitinga.
Na quarta-feira (5), três organizações ligadas a blocos de rua publicaram um manifesto pelo cancelamento total da festa diante da situação sanitária, com aumento dos atendimentos de pacientes com sintomas respiratórios em meio ao apagão de dados do Ministério da Saúde. A carta é assinada pelo Fórum Aberto dos Blocos de Carnaval de São Paulo, que representa 195 agremiações, a Comissão Feminina do Carnaval de Rua de São Paulo, integrada por aproximadamente 60 blocos, e a União dos Blocos de Carnaval do Estado de São Paulo (Ubcresp).
A possibilidade de realização de celebrações com público restrito, mediante apresentação de passaporte da vacina, em locais fechados, como Interlagos, também foi rechaçada pelos grupos, assim como em clubes e espaços privados. Para os grupos, a retomada de ensaios no fim de 2021 demonstrou ser inviável a manutenção do carnaval, com a identificação da transmissão da doença nos eventos, mesmo restritos a algumas dezenas de integrantes.
*Com informações do Estadão Conteúdo