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Fashion, sustentável e do lar: a hora e a vez do bioglitter

Preocupados com impacto ambiental, marcas criam alternativa artesanal com baixo impacto ambiental e dão dicas de melhor uso do produto

21 fev 2020 - 16h40
(atualizado às 16h41)
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A “receita” é simples. Água, ágar-ágar e mica. O glitter biodegradável conquista timidamente as prateleiras e hasteia a bandeira de um consumo sustentável consciente, com baixo impacto ambiental e produção sustentável, boa durabilidade e fácil descarte. É a hora e a vez do bioglitter, um produto que alegra os foliões de plantão, que podem pular blocos sem peso na consciência. 

Glitter biodegradável: um tutorial de make para "todes":

O bioglitter da marca carioca Pura Bioglitter  começou o empreendimento em 2016 com Frances Sansão. Assídua no uso do produto para além das folias de Carnaval, a empreendedora meteu a mão na massa quando não encontrou uma alternativa sustentável para os microplásticos que poluem os Oceanos. O resultado é o que ela carinhosamente descreve como uma “comida de peixe brilhante”, um glitter que tem boa durabilidade e que se dilui mais facilmente quando em contato com água e sabão, com os ingrediente voltando aos seus estados originais.

Make de Carnaval com bioglitter da Pura Bioglitter, marca carioca revende em todo Brasil
Make de Carnaval com bioglitter da Pura Bioglitter, marca carioca revende em todo Brasil
Foto: Julia Assis / Divulgação

“É totalmente diferente do glitter normal, que é um microplástico super estático”, explica Cintia Naomi, do coletivo Santa Mana, “o nosso produto é leve e volumoso”. Ao lado de mais “11 manas”, Cintia produz o bioglitter desde 2017, em São Paulo, em um processo que dura de 3 a 5 dias, e que busca ter o menor impacto ambiental possível. “A gente faz uma pasta de alga e mica e põe para secar. E secamos tudo com energia solar. É uma empresa de super baixo impacto ambiental, a gente só usa energia solar e é isso. Quando essa pasta está seca, ela vira uma folhinha e a gente tritura isso em casa”, explica. E a preocupação não se resume ao resultado final. 

Make de Carnaval com bioglitter da Santa Mana, marca paulistana tem baixo impacto ambiental
Make de Carnaval com bioglitter da Santa Mana, marca paulistana tem baixo impacto ambiental
Foto: Carol Kappaun / Divulgação

Cintia conta ainda que existe um cuidado com a eleição de fornecedores com certificação e também com a questão social do seu serviço. “Esse nicho é desenvolvido por mulheres. É um produto feito aqui, vai ter uma pessoa fazendo glitter do lado da sua casa. Eu não quero cliente do Amazonas, eu quero que o Amazonas produza, que a gente possa fazer isso localmente”, conta, “a gente só lembra do glitter no Carnaval, mas temos que pensar que o glitter está presente o ano inteiro, por exemplo, no material escolar de colégios particulares, ele está na lista”. 

Boas práticas

Repensar a quantidade de glitter é uma das dicas que empreendedoras dão para o bom uso do glitter biodegradável. “ A gente quer que as pessoas também vejam que o glitter não é para fazer chuva de glitter, que é um produto que é feito artesanalmente, com tanto amor, é para ser usada com cuidado. Então nosso potinho é para durar o Carnaval inteiro e, de repente, sobrar um pouquinho. Se você não for usar no corpo, se você for usar só no rosto, é para durar o Carnaval inteiro”, explicou Cíntia

Linha de produtos da Santa Mana
Linha de produtos da Santa Mana
Foto: Carol Kappaun / Divulgação

Mas além disso, há alguns truques para que o produto tenha uma boa durabilidade e aderência. “É bom usar primer”, conta Frances, “mas já testamos com pomada, manteiga de Karité, manteiga de cacau, e de todas as coisas que a gente usou, o gel é realmente a melhor coisa para fixar”. O "gel" é o uma pasta, produzida em várias cores pela Pura Bioglitter (e em uma única versão pela Santa Mana), que também pode deixar o folião mais brilhoso. Cintia sugere também evitar produtos com grande quantidade de água. “Como o bioglitter é feito à base de alga, ele vai derretendo, mas não some, só perde um pouco do brilho”, explica, “a ideia dele é justamente durar o que ele tem que durar, que é, um dia. E o legal é que o próprio corpo ele vai se responsabilizar por esse "lixo" que a gente está produzindo. Então o seu suor já vai aos poucos te ajudando a tirar ele pra quando você chegar no chuveiro”. 

E o descarte, é claro, é o grande benefício desse produto. O da Pura Bioglitter leva 3 dias para se decompor tanto em água quanto em composteira. Já o da Santa Mana se dissolve em três minutos em água corrente e demora 30 dias para se degradar. Já o glitter convencional desaparece do meio ambiente depois de 300 anos. 

Serviço

Pura Bioglitter

Instagram: @purabioglitter

Santa Mana

Instagram: @santamana.br

Fonte: Redação Terra
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