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La Fúria "sossega" no Carnaval após treta com Fábio Assunção

Banda que ficou conhecida por zoar dependência química de ator aposta em hits mais leves para o festejo e descarta música com coronavírus

6 fev 2020 - 10h05
(atualizado às 19h14)
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O Carnaval de 2020 vai ser mais tranquilo para a banda baiana La Fúria, que no ano passado repercutiu no Brasil inteiro após lançar um hit que brincava com a dependência química do ator Fábio Assunção. Naquele ano, a música polêmica rendeu ao grupo de pagofunk os holofotes, levantou o debate sobre as dores do alcoolismo e ajudou a financiar o tratamento de dependentes – o ator não quis censurar a canção, que já estava na boca do povo. Ao contrário, entrou na Justiça e um acordo entre as partes determinou a doação de 100% dos valores obtidos por direitos autorais para o tratamento de quem consome álcool em excesso.

Para evitar novas "tretas", Bruno Magnata, vocalista e compositor de diversos hits da banda, descartou, por exemplo, uma possível brincadeira com o coronavírus, doença que já matou pelo menos 500 pessoas na China e acendeu o alerta “emergência de saúde internacional” pela Organização Mundial de Saúde (OMS). “Teve uma galera que me sugeriu, mas eu não quis fazer. Falar de uma doença assim eu acho que é uma coisa muito séria”, garante o artista, em entrevista ao Terra

Desse jeito, a festa momesca deve ser mais tranquila no quesito polêmicas para o grupo criado em Salvador. As apostas para a folia serão 'Tchau Pra Quem Namora' e 'Tchaco Tchaco', ambas já lançadas. Elas falam das vantagens de ser solteiro e de traição, respectivamente. 

Mas os hits mais famosos como 'Senta no Shallow Now', que brinca com a versão brasileira de 'Shallow', gravada por Paula Fernandes e 'Ei Fake', que usa trechos de uma conversa de Neymar e Najila Trindade, não ficarão de fora do setlist. “Além dessas músicas de meme, vamos tocar as músicas de trabalho, que a gente mistura o funk com o nosso ritmo de axé, de pagodão, e fazem sucesso. As mais recentes são ‘Chama Ela Que Ela Vem’, de Lexa, e ‘Verdinha’, de Ludmilla. A gente coloca tudo no nosso ritmo”, explica o artista.

Bruno Magnata, vocalista da Banda La Fúria
Bruno Magnata, vocalista da Banda La Fúria
Foto: La Fúria / Divulgação

Em Salvador, cidade onde o grupo foi fundado em 2013, La Fúria fará três apresentações sem corda no Circuito Dodô (Barra) e três no Circuito Osmar (Campo Grande), fora os camarotes, além de shows no interior da Bahia. A novidade será a possível participação de Mc Kekel no trio da banda. “Talvez ele suba no trio, mas ainda ficou de me confirmar”, especula.

Em conversa por telefone, Bruno Magnata fez suas apostas para o Carnaval, explica de onde vem a criatividade para compor os hits da banda, suavizou a polêmica com Fábio Assunção e ainda frisou uma ascensão social da banda. Confira:

Terra: Qual vai ser a aposta de La Fúria para o Carnaval 2020?

Bruno Magnata: O hit será 'Tchau Pra Quem Namora', que é uma música que a gente já canta, e tem 'Tchaco Tchaco' também. São as que a galera está mais curtindo aqui. 

Não importa se há um meme ou uma notícia importante. A banda sempre surfa no "viral" para lançar um novo hit. Quem compõe esses hits? 

Sou eu mesmo que crio. É que o La Fúria é a banda dos memes, eu sempre deixo claro isso nas entrevistas. O meme sai, repercute e os meus fãs começam a me marcar pedindo para fazer música com aquilo. Eu recebo diariamente, muita gente fala no Twitter e depois eu faço alguma postagem no meu Instagram para ver a repercussão do meme. Sempre tem um que se destaca mais. Como essas coisas são rápidas, daqui para o Carnaval pode até surgir uma coisa nova e La Fúria vai cair em cima. 

Para você, qual vai ser a música do Carnaval de Salvador este ano? 

Eu não sei, viu? A disputa está acirrada aqui. Tem Léo Santana, tem Ivete. Tem uma galera bacana aí. Carnaval é aquela coisa, né? A internet tá muito rápida, a informação chega muito rápida ao público. Mesmo faltando 20 dias para o Carnaval, acho que pode acontecer uma surpresa, uma coisa nova. 

Dá para competir com artistas que estão há mais tempo na estrada como Ivete Sangalo, por exemplo? Como o grupo faz para se destacar?

Sim, claro que dá. A gente já disputa há dois anos a música do Carnaval: 'Fábio Assunção', no ano passado, e teve antes 'Papapá' (2017). 

'Fábio Assunção' repercutiu muito, a ponto de, judicialmente, a banda ter que reverter o dinheiro adquirido com a música para ajudar no tratamento de pessoas com dependência química. Depois, brincou com a conversa divulgada nas redes entre Neymar e Najila Trindade. Esse segundo caso também causou algum tipo de incômodo no jogador?

Não, não. Eu acho que a música até chegou nele, ele ficou dando risada, brincou, mas também não falou nada. Foi só uma brincadeira. 

La Fúria se arrependeu da repercussão negativa que a música com Fábio teve ou achou importante porque ajudou a projetar a banda para o Brasil?

Acho que o mais importante foi o dinheiro arrecadado, que serviu para ajudar as pessoas. O mais importante foi que a música fez sucesso. Foi uma coisa que não foi com maldade, não foi para brincar com a cara de ninguém. Foi um meme que aconteceu. Como La Fúria é uma banda de memes, a gente cantou a música e repercutiu muito. Até hoje eu falo com Fábio, a gente conversa. O dinheiro veio para ajudar muita gente. Acho que a gente olha mais por esse lado aí, de estar ajudando as pessoas.

Você acha que o coronavírus poderia ser tema de uma música, já que é um asssunto muito falado nos últimos dias?

Não. Teve uma galera que me mandou [a sugestão], mas eu não quis fazer. Falar de uma doença assim eu acho que é uma coisa muito séria.

Essa é uma visão que você adquiriu depois da repercussão da música 'Fábio Assunção', no verão do ano passado?

Sim, sim, claro. O meme que o La Fúria brinca hoje é mais voltado para a alegria, coisas boas. Essa questão de doença, coisa assim a gente não brinca não.

La Fúria sofre ou já sofreu algum tipo de preconceito por tocar em paredões e para um público da periferia?

Hoje, La Fúria toca para todos os públicos. A gente faz música tanto para a favela, quanto para a orla. Tem algumas músicas que são da modalidade da favela, mas a galera curte. O povo quer, o povo pede. E tem o público que gosta de dançar com coreografia, que a gente também faz. No início, a gente cantava em salvador em um lugar chamado Caracas, na Boca do Rio, a R$ 0,50 o ingresso. Hoje em dia é R$ 80, R$ 90. Depende do show. Já chegamos a cobrar R$ 300 a pista, em Feira de Santana.

Além de Salvador e da Bahia, onde vocês já tocaram ou são conhecidos?

A gente já tocou o Brasil inteiro. Acho que só Goiânia e o Rio de Janeiro que ainda não. O resto a gente já tocou em tudo. Um show que me surpreendeu muito foi no Amazonas. Eu fiquei muito feliz porque é um lugar tão longe, com acesso difícil de ir, de chegar, e ainda assim a gente fez sucesso. 

Você atribuiria às redes sociais o sucesso da banda?

La Fúria é uma das bandas mais populares do Brasil, né? Muita gente diz que a gente não faz investimento em uma música e o hit pega muito rápido. Eu acho que é pela popularidade da banda, que é muito grande. É uma coisa feita de um jeito muito simples. A gente coloca na internet, no meu Instagram, e aí repercute de uma forma incrível. 

Veja mais:

Veja aqui a programação completa da banda para os dias de Carnaval:

20/2 (Quinta)

Trio Barra/Ondina 19h

Camarote Harem 01h

21/02 (Sexta)

Trio Barra/Ondina 20h

Sábado Kuviteiras 15h

22/02 (Sábado)

Conde-Ba 01h

23/02 (Domingo)

Trio Campo Grande 14h

Praça Cairu 01h

24/02 (Segunda)

Trio Campo Grande 12h

Itapuã 17h

Barreiras 00h

25/02 (Terça)

Trio Campo Grande 13:30

Trio Barra 19h

Planeta Band 01h

Fonte: Redação Terra
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