Prefeito bolsonarista volta atrás e revoga decreto que proibia carnaval de rua na Paraíba
Ordem publicada no último dia 15 vetava carnaval de rua e liberava apenas blocos evangélicos em Campina Grande
O prefeito de Campina Grande (PB), Bruno Cunha Lima, revogou o decreto que proibia a realização de festas de Carnaval em ruas, praças e outros espaços públicos. A decisão foi tomada após conversa com a organização do tradicional bloco Jacaré do Açude Velho.
Depois de publicar um decreto que proibia a realização de festas de Carnaval em ruas, praças e outros espaços públicos entre os dias 8 e 13 de fevereiro, o prefeito de Campina Grande (PB), Bruno Cunha Lima (União Brasil), voltou atrás na decisão.
Na última quarta-feira, 17, ele anunciou a revogação do veto. Segundo o chefe municipal, o decreto surgiu a partir de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado com o Ministério Público. “A intenção nunca foi proibir as festas, mas garantir segurança e organização para quem está dentro e fora”, explicou.
Com a decisão, os blocos carnavalescos de Campina Grande poderão desfilar normalmente durante o Carnaval. De acordo com Bruno Cunha Lima, não há problema em voltar atrás. Ele fez questão de ressaltar ainda que a nova medida é resultado de uma conversa com a organização do tradicional bloco Jacaré do Açude Velho.
Acabamos de anular o decreto que nasceu de um TAC assinado com o Ministério Público e regulamentava os locais dedicados aos festejos de carnaval, esclarecendo que sua intenção nunca foi proibir as festas, mas sim garantir segurança e organização pra quem tá dentro e fora. (+) 👇🏼
— Bruno Cunha Lima (@BrunoCunhaLima) January 17, 2024
Entenda decreto
Em texto publicado na última segunda-feira, 15, a gestão vetava a realização de blocos de carnaval em 12 bairros da cidade, além de proibir festejos de rua nas proximidades de shoppings, hospitais, clínicas, Batalhões de Polícia, Corpo de Bombeiros, centrais e delegacias de polícia, terminais rodoviários, aeroporto, batalhões do Exército e do complexo judiciário.
Por outro lado, o prefeito tinha dado sinal verde para o “Carnaval da Paz” no mesmo período. O evento se trata de uma programação evangélica liderada por pastores e grupos religiosos que ocorre nos dias da folia pelo Brasil.
A decisão, claro, foi duramente criticada por representantes do setor cultural e campinenses não-evangélicos que desejavam curtir os festejos carnavalescos.
O prefeito Bruno Cunha Lima é neto do ex-senador Ivandro Cunha Lima e sobrinho-neto do ex-governador Ronaldo Cunha Lima. Em 2020, durante as eleições municipais, ele fui apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em Campina Grande. Nas redes sociais, ele se diz cristão.