Rio: Carnaval de rua ainda não acabou e deve ter recorde de público
22 fev2012 - 10h21
(atualizado às 12h33)
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Giuliander Carpes
Direto do Rio de Janeiro
A Prefeitura do Rio de Janeiro já considera o carnaval de rua deste ano na cidade um sucesso, mas a folia nem acabou ainda. Mais de 4 milhões de pessoas passaram pelos quase 500 blocos que se espalharam por todas as regiões do município. "Se você imaginar que temos mais de 4 milhões de pessoas se divertindo na rua sem maiores ocorrências, tem que ver que é um sucesso", afirma o presidente da RioTur, empresa de turismo da prefeitura, Antonio Pedro Figueira de Mello. No ano passado, quase 4,9 milhões passaram pelas ruas do Rio, número que deve ser ultrapassado em 2012. Nesta quarta-feira de cinzas ainda haverá blocos na rua. Outros nove grupos estão programados para passarem por todas as regiões da cidade. "Carnaval para a gente não terminou. Só termina no domingo depois do desfile do Monobloco", comenta Figueira de Mello. O destaque do dia é o bloco Me Beija Que Sou Cineasta, que se reúne na Praça Santos Dumont, na Gávea, ao meio-dia. E um grupo promete causar certa polêmica. O Planta Na Mente entra em cena às 17 horas na Lapa fazendo manifestação pela legalização da maconha.
A RioTur, no entanto, reconhece que o carnaval de rua causa transtornos. "O maior problema que temos são os mijões. A gente sabe que quando o bloco passa na frente da casa das pessoas atrapalha. Mas a maioria dos foliões são dos próprios bairros. Então quando a gente reclama, tem que saber que são as pessoas dos próprios bairros que se organizam e se trata de uma manifestação popular", ressalta Figueira de Mello. "Qualquer tipo de evento gera transtornos, cabe a nós melhorar isso. Diminuímos o número de blocos, mas o de foliões aumentou."
O bloco Carmelitas foi uma das principais atrações do primeiro dia oficial do Carnaval de rua da capital fluminense, no bairro de Santa Tereza, no Centro. Cerca de 20 mil pessoas prestigiaram o evento
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Os cerca de 20 mil seguidores, de acordo com número estimado pela Polícia Militar, se espremeram pelas estreitas ruas debaixo de muito calor
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
O Bloco das Carmelitas, que recebeu um grande público nesta sexta-feira, foi fundado em agosto de 1990, por um grupo de amigos peladeiros
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Além do santinho distribuído entre os foliões com a oração para "São Cabral", o Carmelitas também colocou em seu samba enredo as mazelas do transporte público no bairro, desde o acidente em agosto do ano passado, quando um dos bondes descarrilhou deixando seis mortos e mais de 50 feridos. Coube também uma homenagem ao motorneiro Nelson Silva, falecido no descarrilamento. Todos os integrantes da bateria vestiram camisetas com o escrito: "Valeu, Seu Nelson"
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
O bloco, sempre engajado em questões de utilidade pública, aproveitou a ocasião para protestar contra o governador Sérgio Cabral, criando até mesmo uma "oração": "São Cabral que nos governa, trazei o nosso bonde volta. Sua culpa é máxima, nunca mais sucateie o nosso bonde"
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
As tradicionais máscaras trabalhadas também não faltaram no bloco desta sexta-feira
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
O grupo de amigos entrou na brincadeira e não dispensou as fantasias
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
O nome da agremiação carnavalesca surgiu em virtude de um boato (nunca confirmado) de que um dos foliões do grupo teria visto uma freira pular o convento para pular o Carnaval
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
O folião trouxe para o desfile do bloco uma "versão gigante" da bebida alemã Jägermeister
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
As freiras, fonte de inspiração para o nome do bloco, não faltaram no desfile desta sexta-feira
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
A seriedade em relação às críticas sobre o transporte público no Rio de Janeiro se misturou com a descontração das fantasias dos foliões
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Alguns foliões inovaram na fantasia para o desfile desta sexta-feira
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
O "Chaves" e a "Chiquinha" também prestigiaram o desfile desta sexta-feira
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
As foliãs "mexicanas" não dispensaram o bigode e o sombreiro
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
O desfile da Carmelita volta a lotar as ruas de Santa Tereza na próxima terça-feira
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
O bloco lotou as ruas do bairro de Santa Tereza nesta sexta-feira
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
As freiras "pularam" o muro para comemorar o Carnaval com o Bloco Carmeliras
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
O desfile também teve direito a uma porta-bandeira
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
As 20 mil pessoas que compareceram ao evento lotaram as ruas de Santa Tereza
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
O bloco das Carmelitas é um dos principais do centro do Rio de Janeiro
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
As foliãs não se importaram com o forte sol que atingiu o Rio de Janeiro na tarde desta sexta-feira
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
O bloco, que desfila pelas ruas do tradicional bairro artístico do Rio há 22 anos, sempre engajado nas causas dos moradores, desta vez elegeu a falta do bondinho para empolgar de forma bem irônica os seguidores