Freixo: "enquanto eles quebram placas, ganhamos o Carnaval"
O 20º título conquistado pela Mangueira no Carnaval carioca veio com uma forte crítica social e um enredo politizado que homenageia os heróis esquecidos pelos livros de História. "História para ninar gente grande" encantou a Sapucaí e os jurados, que deram a nota máxima à escola - 270 pontos.
Uma das personagens mais lembradas no desfile foi a vereadora Marielle Franco, assassinada em março do ano passado, no Rio de Janeiro, em crime ainda não solucionado. A viúva da vereadora, Mônica Benício, desfilou na ala especial e apareceu com uma camiseta escrita "lute como Marielle". Já o deputado federal Marcelo Freixo, também do Psol, esteve na avenida e foi um dos mais emocionados, tanto durante o desfile como hoje, na comemoração.
Freixo foi às redes sociais e não conteve a alegria com o título e com a homenagem à colega. Veja:
Mangueira!!!! Salve, verde e rosa! Parabéns! Desfile forte e emocionante!!! Brasil, chegou a ver de ouvir de ouvir as Marias, Mahins, Marielle, malês!!
— Marcelo Freixo (@MarceloFreixo) 6 de março de 2019
Enquanto eles quebram placas, nós ganhamos o carnaval. Eles tem fobia, nós vamos com a folia!
— Marcelo Freixo (@MarceloFreixo) 6 de março de 2019
Quanta honra participar desse momento histórico do carnaval do Rio! No passado tomei um café com Leandro (gênio do carnaval carioca), que me falou do enredo da Estação Primeira. Fiquei impressionado com sua ousadia. Fiquei pensando o que seria esse enredo na avenida. pic.twitter.com/nUX0I9jLJV
— Marcelo Freixo (@MarceloFreixo) 6 de março de 2019
Quando entrei na avenida segurando a bandeira da Mangueira, encerrando esse desfile monumental, não consegui me conter. Enquanto cantava esse inesquecível samba, as lágrimas corriam. Lembrei das muitas aulas, dos alunos, das escolas, foram 20 anos dentro de sala.
— Marcelo Freixo (@MarceloFreixo) 6 de março de 2019
Lembrei do trabalho como educador popular nas prisões do Rio. Foram muitos anos junto com aqueles jovens negros, pobres, encarcerados. Foi com eles, nas celas como salas de aula improvisadas, que aprendi o valor da minha profissão e o valor da luta por direitos humanos.
— Marcelo Freixo (@MarceloFreixo) 6 de março de 2019
Foi no front, nesse limite invisível que pouca gente entrou que me tornei educador. Todos eles passavam pela minha cabeça e minha garganta quando cantava a Mangueira.
— Marcelo Freixo (@MarceloFreixo) 6 de março de 2019
Vinha a imagem de Marielle. Essa menina que conheci em 2002, que reencontrei em 2006. Que veio compor minha equipe de trabalho em 2007. Marielle trabalhou comigo por 10 anos. Vi essa menina se transformar.
— Marcelo Freixo (@MarceloFreixo) 6 de março de 2019
Vinha a imagem de Marielle. Essa menina que conheci em 2002, que reencontrei em 2006. Que veio compor minha equipe de trabalho em 2007. Marielle trabalhou comigo por 10 anos. Vi essa menina se transformar.
— Marcelo Freixo (@MarceloFreixo) 6 de março de 2019
Lembro do dia que falei pra ela que tinha chegado a hora dela assumir a coordenação da Comissão de Direitos Humanos. Falei que ela estava pronta. Ela riu, respirou fundo e transformou a Comissão.
— Marcelo Freixo (@MarceloFreixo) 6 de março de 2019
Mari não foi só uma companheira de trabalho, foi uma filha que perdi. Ela estava ali. Sendo cantada e lembrada pelo mundo. Sei de tudo que a Mari passou a representar para o mundo. Tenho muito orgulho, mas a saudade que sinto é daquela menina que conhecia tão bem, que amei tanto.
— Marcelo Freixo (@MarceloFreixo) 6 de março de 2019
Tudo passou pela minha cabeça. Nunca vou conseguir agradecer tamanha emoção. Obrigado, Leandro. Obrigado, Mangueira
— Marcelo Freixo (@MarceloFreixo) 6 de março de 2019