Daniela Mercury fala sobre preparação para o carnaval: 'Somos maratonistas vocais'
Cantora pretende homenagear os 40 anos do axé e 75 anos do trio elétrico com repertório especial
"Quero ter, quero ter, quero ter, ô. O som do trio elétrico de Osmar e de Dodô", entoou Daniela Mercury ao falar sobre o que está preparando para o show do próximo sábado, 25, no Festival de Verão Salvador, e planejando para o carnaval deste ano. Nesta edição, a artista vai dividir o palco com os cantores Denny Denan e Buja Ferreira, da Timbalada.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
Em ensaio realizado na terça-feira, 21, na capital baiana, os artistas receberam a reportagem do Terra e outros veículos de imprensa para apresentarem uma pequena amostra do que vai acontecer no festival. A apresentação vai celebrar dois marcos históricos: os 40 anos do axé music e 75 anos do trio elétrico.
“Temos muitos vínculos. Acabei de saber que os meninos cantam parte do meu repertório e eu canto o deles desde a primeira formação da Timbalada. Vai ser a primeira vez que vamos cantar juntos. Eu amo isso porque é uma turma nova, são dois grandes intérpretes. Vai ser o momento da gente mostrar essa novidade, esse frescor para o público”, afirma.
Diante da representatividade desses elementos para o carnaval, a artista pretende continuar com as homenagens ao gênero que revolucionou e deu o tom para a maior festa de rua do planeta, além de ser uma das marcas registradas da sua carreira. Para o planejamento da folia momesca, ela conta que vai escolher um repertório especial, reunindo diversos sucessos do axé.
"Eu sempre escolho nessas datas canções emblemáticas, até sacrifico algumas novas que eu gostaria de cantar. Nesse momento histórico do axé, a gente tenta resgatar músicas nucleares para o gênero", antecipa.
Considerada uma das grandes representantes do axé, a cantora ainda destaca que o gênero reforça a cultura e a ancestralidade por meio dos toques percussivos e até mistura com outros ritmos, como o samba. "Axé é a essência, a mistura de tudo que somos. E se a maioria dos ritmos que cantamos são afro, temos que reverenciar toda a África em tudo que a gente faz", diz.
Ela relembra os avanços dos trios elétricos ao longo dos anos. Criado em 1950 pelos músicos Dodô e Osmar Macedo, o trio não só aumentou de tamanho, mas ganhou uma estrutura completamente modernizada por equipamentos de ponta.
"É uma diferença gritante, quando eu subi no trio em 1983 eu ficava rouca, não tinha retorno do som. Hoje a gente tem um equipamento de altíssimo nível que é usado no mundo todo, a gente exportou isso para o mundo", conta.
Para a artista, outro detalhe importante do carnaval é a preparação vocal e física em meio à maratona de shows em Salvador e em todo o Brasil no período. “Nós somos maratonistas vocais. Eu já fiz 11 horas de trio e depois mais dois bailes, ainda bem que o público responde as músicas e é uma interação contínua. O público é essencial para salvar a gente. E tem que amar muito, só o trio elétrico faz essa mágica e eu não sei viver sem isso nessa vida”, declara.