Simplesmente Vai-Vai! Vida de Elis emociona e "pira" Anhembi

A escola mais vencedora da história do Carnaval paulistano emocionou. Levantou. Incendiou. Pirou o Sambódromo do Anhembi na madrugada deste domingo, segundo dia dos desfiles do Grupo Especial. Dona de um samba-enredo contagiante e de uma popularidade fora do comum, a Vai-Vai contou a história de Elis Regina na avenida e, com uma apresentação quase impecável, colocou-se entre as fortes candidatas ao título de 2015. Seria o 15º da agremiação.

O enredo “Simplesmente Elis - A fábula de uma voz na transversal do tempo” não se desenvolveu cronologicamente na passarela do samba. A Vai-Vai ousou e contou a história de vida da cantora, que morreu ainda aos 36 anos em 1982, por meio da obra da artista. O desfile se dividiu por músicas, discos, partes da carreira de uma das maiores personalidades do Brasil em todos os tempos.

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Logo na comissão de frente, que representava o ciclo da vida, a filha de Elis, Maria Rita, deu as boas-vindas ao público, que foi ao delírio - após o desfile, a cantora se emocionou muito e até teve de ser atendida em uma ambulância. E assim aconteceu não somente neste momento. A participação das arquibancadas do Anhembi no desfile da Vai-Vai impressionou.

O concreto foi tomado por bandeirinhas com o símbolo da agremiação, que pulsavam no ritmo da bateria do Bixiga. Ah... ela também deu um show. Bossas e paradinhas foram capazes de arrepiar quem estivesse no sambódromo ou até mesmo no sofá da sala assistindo ao desfile pela televisão. O recuo também foi ousado – com os ritmistas entrando na área de isolamento de costas.

Contribuiu para todo este espetáculo o lindo e contagiante samba-enredo da escola, considerado um dos melhores entre os das 14 agremiações que desfilaram pelo Grupo Especial de São Paulo em 2015. Recheada de referências a músicas e compositores que marcaram a história da MPB, a letra cantada pelos intérpretes, componentes e torcedores da Vai-Vai certamente será lembrada para sempre. O inesquecível Ah! Hei! Ah! Hei! Ah! Hei! Lá Lá Lá Lerererê Lerererê”, de Maria, Maria, de Milton Nascimento, era o ápice do canto.

Mas, depois de tanto esplendor, então por que no primeiro parágrafo deste texto há o termo “quase impecável”? Pois bem: porque o carro abre-alas da Vai-Vai apresentou problemas durante o desfile. Enorme (com 90 m de comprimento) e dono de imponência poucas vezes vista na história do Carnaval Paulista, teve dificuldades para percorrer o Sambódromo do Anhembi em linha reta – a parte da frente da alegoria estava sem eixo, tendendo para o lado direito. Assim, dois integrantes da escola se viram obrigados a ter de “ajeitar” o carro de tempos em tempos.

Mas, ao menos aparentemente, isto não foi nada demais. A Vai-Vai encantou. Teve até carro com referências a mestres da música brasileira como Tom Jobim, Ivan Lins, Wilson Simonal e João Bosco. Foi demais. Tocante!

Teve Ana Hickmann sim senhor!

Uma das musas mais aguardadas no Carnaval 2015 de São Paulo, Ana Hickmann, que se ausentou do festejo do ano passado por estar grávida, foi destaque de chão da Vai-Vai neste domingo. A modelo e apresentadora, mãe de Alexandre Jr., de 11 meses, esbanjou boa forma representando uma bailarina na avenida e conquistou o público com seu carisma e uma saia um tanto quanto sensual. Ah... Desta vez não houve tombo, como em 2011.

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