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Vila Maria "lapida corações" e faz público lembrar novela

15 fev 2015 - 00h23
(atualizado às 01h21)
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A Unidos de Vila Maria abriu o segundo dia de desfiles do Grupo Especial de São Paulo na noite deste sábado e contou uma história que está (mais do que) na boca do povo. Pois é! A agremiação da Zona Norte de São Paulo levou para a avenida o enredo "Só os diamantes são eternos na química divina" e fez o público imediatamente se lembrar da novela Império, atualmente ocupando o horário nobre da grade de programação da Rede Globo.

Se o folhetim de Aguinaldo Silva tem no diamante o principal responsável pela transformação do então humilde José Alfredo em Comendador, a Vila Maria resolveu se aprofundar na história do cristal – já que completa 60 anos em 2015, a chamada “Boda de Diamante”. Alguns internautas até confundiram a agremiação da "vida real" com a fictícia Unidos de Santa Tereza, que, em Império, contará a história da personagem interpretada por Alexandre Nero.

O objetivo da agremiação era mostrar o processo de transformação e de lapidação do diamante ao mesmo tempo em que o comparava à evolução e ao aprimoramento do próprio coração humano. “Deixe a Vila lapidar/seu coração/Refletir em seu olhar a emoção/O amor infinito faz transformar/Basta querer, acreditar”, diziam os principais versos do samba-enredo da escola.

<p>Comissão de frente tinha até um carro antigo</p>
Comissão de frente tinha até um carro antigo
Foto: Carla Carniel / FramePhoto

Logo de cara, a comissão de frente da Vila representou um “confronto” entre gangues rivais, com direito a “armas” e um carro antigo. Dele, saiu até uma passista interpretando a diva Marilyn Monroe, que parecia a própria personificação do diamante, já que estava vestida com um belo vestido de cristais – sem falar no colar e no casaco de pelo. Foi uma espécie de prévia do luxo que a Vila Maria levaria ao Anhembi com seus 3200 componentes divididos em 26 alas.

África, Rússia, Taj Mahal... A agremiação representou praticamente todas as partes do planeta na passarela do samba e fez o público viajar pela história da pedra preciosa. Garimpagem, lapidação, desenho, fabricação, acabamento... Os processos que envolvem o “desenvolvimento” de um diamante foram todos abordados – isso sem falar nos sentimentos de ódio, vaidade, paixão, luxúria e traição que estão relacionados à pedra e que também foram representados pelos componentes da Vila Maria.

<p>Carros alegóricos da Vila Maria encantaram o público</p>
Carros alegóricos da Vila Maria encantaram o público
Foto: Carla Carniel / FramePhoto

Bem acabados e coloridos, os carros alegóricos foram fundamentais para a boa desenvoltura do enredo. Eles mostraram como o diamante foi usado em coroas de reis e imperadores em um passado não tão distante e também se aprofundaram no mundo do cinema e da cultura pop. Os filmes Bonequinha de Luxo e Titanic foram muito bem representados na avenida – uma das alegorias até fazia referências ao navio mais famoso do planeta, afundado em 1912 após se chocar com um iceberg.

Dani Bolina foi a madrinha de bateria da Vila Maria
Dani Bolina foi a madrinha de bateria da Vila Maria
Foto: Nelson Almeida / AFP

Mas e a bateria? Ela não comprometeu. Muito pelo contrário. Abusando das bossas (que em alguns momentos levantaram o público no Anhembi), o Mestre Moleza honrou o nome da “Cadência da Vila” e em nenhum momento acelerou a escola – o que poderia provocar prejuízo na evolução. Ah... À frente dos ritmistas ainda havia a ex-panicat Dani Bolina esbanjando sensualidade. Melhor impossível, não?

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Fonte: Terra
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