Secretário pede para foliões do Rio "programarem o xixi"
Aumento de posições nos banheiros para o Carnaval de rua do Rio de Janeiro será de 13%, mas pedido do secretario Antônio Pedro Figueira (RioTur) é de que os foliões não cheguem apertados nas filas dos banheiros e evitem ser autuados por urinar em via pública
Quem já foi ao Carnaval de rua do Rio de Janeiro sabe bem: por mais que todo ano a Prefeitura do Rio de Janeiro sempre acrescente mais posições de banheiros químicos para os foliões, no fim, as cenas sempre se repetem: muitos acabam urinando em vias públicas e muitos são autuados por atentado ao pudor e levados para a delegacia. Por isso, para 2015, o secretário especial de Turismo (RioTur), Antônio Pedro Figueira, reforçou: é preciso ‘programar o xixi’ e não chegar à fila apertado.
Siga Terra Diversão no Twitter
“A pessoa toma todas, e resolve que agora precisa fazer xixi. Quando chega, tem fila. É óbvio que tem fila”, destacou o secretário, que ainda reforçou a sua tese para os ‘mijões’. “Não é questão de pouco banheiro, é que a pessoa não se programa”, enfatizou, na coletiva de imprensa ocorrida na manhã desta quarta-feira, no centro do Rio, para anunciar os primeiros números oficiais do Carnaval de rua 2015, que neste ano tem 455 blocos autorizados para desfile.
Em relação a 2014, este ano o aumento de posições, que nada mais é do que a quantidade real de mictórios (um contêiner, por exemplo, pode ter até 12 posições) será de 13%, num total de 24.525 lugares para o folião urinar por toda o Rio de Janeiro, em especial nas zonas sul e centro, que concentrarão, juntas, 44,85% das pessoas, de acordo com a previsão da própria RioTur.
Questionado pela reportagem do Terra sobre se não seria complicado em blocos como o Bola Preta, por exemplo, que reúne num só dia mais de um milhão de pessoas, o folião ‘programar o xixi’, Antônio Pedro Figueira explicou que essa questão está estritamente ligada ao consumo excessivo de cerveja, junto ao calor da capital fluminense.
Muitos foliões acabam urinando em vias públicas e muitos são atuados por atentado ao pudor e levados para a delegacia. Foto: Mauro Pimentel/Terra
“Antes de sair do bar, você não vai para o banheiro? Eu aprendi isso em minha casa quando meu pai ia levar a gente para casa na viagem de quatro horas para Búzios. Ah, não tá com vontade, vai sim. Três irmãos e todos faziam juntos. É a mesma coisa no Carnaval. A gente sabe. As pessoas sabem. Não estamos falando de senhores de idade, mas numa maioria de pessoas jovens que são todos os anos flagrados”, afirmou.
“Não é brincadeira. Se não, vai ficar encostado e fazer xixi nos canteiros, porque não se programaram e não têm educação”, insistiu ainda, explicando também que todos os anos, sem precisar um número exato, milhares de banheiros químicos são depredados. “O pessoal derruba, sobe em cima, e faz coco onde você menos imagina”.
Mudanças no centro
Com a expectativa de reunir cinco milhões de pessoas no somatório total dos cinco dias, contando a sexta-feira, e ainda com a previsão de faturamento na ordem de US$ 782 milhões (R$ 2,1 bilhões) com o turismo, o Carnaval de rua do Rio de Janeiro terá uma mudança importante. Em função das obras do veículo leve sob trilhos (VLT) que está ocorrendo na avenida Rio Branco, a saída foi utilizar a via paralela, a avenida Antônio Carlos.
Blocos tradicionais como Bola Preta, Afroreggae, Monobloco e Bloco da Preta (que ainda não confirmou participação), que arrastam multidões, vão ter agora um percurso mais curto, com concentração na altura da praça XV e dispersão, na rua Santa Luzia, já próximo à Cinelândia.
“Obviamente, que vai ser necessário um contingente maior da Polícia Militar, dos Bombeiros e Guarda Municipal. Para quem já foi em Carnaval ali, a Rio Branco fica bem espremida. A Antônio Carlos vai ser um bom ‘respiro’. Perde um pouco da graça, mas pode ser que fique um pouco mais divertido. É uma experiência”, disse o secretário da RioTur, que também anunciou o número de sete mil ambulantes autorizados para a venda de bebidas. A cerveja, este ano, custará R$ 10 por três latinhas pequenas, R$ 15 por quatro latas tradicionais e R$ 10 por dois latões.