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Vale a pena levar celular no bloco? Saiba como evitar danos

22 fev 2020 - 07h56
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Parafraseando um dos hits do Carnaval deste ano: “Fantasia ok, maquiagem ok, doleira ok”, mas e o celular, tá ok? Depois de passar um bom tempo planejando e montando a fantasia para curtir a festa, a vontade de registrar os momentos na folia é grande. Sem contar que a comunicação com os amigos é essencial para evitar que alguém se perca no bloco. E é aí que surge a dúvida: será que é uma boa ideia levar o aparelho para as ruas?

Já se sabe que em aglomerações ao ar livre as chances de furtos e assaltos são maiores do que em situações comuns, por isso, é preciso ter cuidado com os pertences para não ser mais uma vítima. “Vi muitas pessoas sendo furtadas e era difícil avisar, porque logo todo mundo se misturava e perdia de vista quem havia pego o celular e quem tinha sido roubado”, conta Laura Magalhães, publicitária de 25 anos que passou o pré-Carnaval em São Paulo, mas preferiu deixar o celular em casa.

Vale a pena levar celular no bloco? Saiba como evitar danos
Vale a pena levar celular no bloco? Saiba como evitar danos
Foto: Estadão Conteúdo

A precaução não foi à toa. Só na capital paulista, nos primeiros dias oficiais do evento, iniciado em 15 e 16 de fevereiro, mais de 400 pessoas foram presas, de acordo com um balanço feito pela Secretaria da Segurança Pública. Entre elas, um grupo de três mulheres e um homem, todos colombianos, foi encontrado com 48 celulares roubados em um bloco na região da Avenida Brigadeiro Faria Lima, na Zona Oeste. 

Para curtir a folia sem se preocupar, o ideal é fazer como Laura e ir para a festa com o menor número de ítens possível. “A melhor dica para não ter problemas com o celular é deixando-o em casa”, sugere o advogado do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) Igor Marchetti.

No caso de Laura, ela conta que até sentiu falta do celular no bloco pela comodidade que o aparelho proporciona para se comunicar com amigos, tirar fotos e usar transporte por meio de aplicativos, mas a publicitária garante que é possível “sobreviver” sem a tecnologia em nome de uma folia sem preocupações.

“Tire foto antes, em casa, marque de encontrar os amigos em algum lugar mais afastado da bagunça, de preferência evitando as catracas das principais estações de metrô, e na hora de voltar para casa use o bom e velho ônibus”, indica.

"Não dá para ficar sem"

Se deixar o celular em casa não for uma opção, Marchetti aponta que é primordial que o folião tome medidas de segurança para evitar dores de cabeça no futuro. “Carregue o aparelho em um local seguro, sempre próximo ao corpo”.

Outros truques podem reforçar o cuidado:

  • Se for usar uma pochete, prefira colocar itens menos valiosos como glitter ou papél higiênico nela. Deixe celular, chave, dinheiro e documento para a doleira;
  • Esconda a doleira na fantasia. Nada de deixá-la visível e desprotegida;
  • Evite pegar o celular em locais onde há muita aglomeração;
  • Toda vez que utilizar o aparelho, segure-o com firmeza e fique atento aos arredores.

Seguro de celular realmente garante segurança?

Outro recurso adotado por alguns foliões é optar por um seguro de celular. “Quem não abre mão do aparelho e não quer assumir o risco do roubo, pode fazer um seguro”, comenta Marchetti.

Seguro de celular realmente garante segurança?
Seguro de celular realmente garante segurança?
Foto: JEFERSON GASPAR/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO / Estadão

No entanto, é preciso ter muita atenção na hora de contratar o serviço para não ter uma surpresa desagradável caso seja necessário acioná-lo. Segundo a Comissão de Seguros de Garantia Estendida e Afinidades da FenSeg (Federação Nacional de Seguros Gerais), em 2018 e 2019, a média de vendas de telefones celulares no Brasil foi de 45 milhões de unidades por ano. No entanto, desse total, só 7 milhões (pouco mais de 15%) estão cobertos pelo seguro contra roubofurto e danos acidentais.

“O consumidor deve ficar atento sobre a cobertura do seguro que foi contratado. A maioria deles não oferece ajuda em caso de furtos simples [quando não há destruição ou rompimento de obstáculo], que é como a maioria dos foliões perde o aparelho, ou quando há danos como queda e entrada de água”, comenta o advogado do Idec.

A orientação para quem já tem seguro, nesses casos, é verificar a apólice antes de ir para a folia e ter certeza sobre em quais condições o reembolso é aplicável. “Ficar de olho no tempo de carência, no valor total que será reestituido e se existe franquia também são dicas valiosas”, complementa Marchetti.

Pensando em situações como essa, em que o consumidor precisa de uma cobertura imediata e focada em furtos simples, a Pier, uma empresa de tecnologia que oferece proteção apenas contra roubos e furtos (qualificados e simples), encontrou uma oportunidade.

"Como aqui, nosso serviço é contratado mensalmente e o cliente pode cancelar quando quiser, muita gente acaba se interessando pelo seguro no período do Carnaval. Só na última semana, o crescimento no volume de vendas foi de 30%", afirma Lucas Prado, cofundador da empresa. Contudo, o número de sinistros também aumentou em 10%, segundo ele. "Nosso diferencial é que não tem burocracia. O cliente pode contratar o serviço pela internet e em poucos minutos já estar segurado", garante Prado.

No caso de um roubo ou furto, o advogado do Idec reforça que é importante "fazer boletim de ocorrência imediatamente e, posteriormente, abrir o sinistro com a seguradora". Marchetti ainda ressalta que é importante que o BO condiza com a cobertura do seguro. "Dependendo de como você narrar os fatos, pode configurar um furto simples, o que significa que a seguradora pode não cobrir", explica.

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Fonte: Redação Terra
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