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Cientistas desenvolvem pílula que simula os efeitos de exercícios físicos

Nova molécula promete replicar benefícios do exercício intenso e jejum sem necessidade de esforço físico

10 out 2024 - 11h29
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Pesquisadores da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, anunciaram o desenvolvimento de uma nova molécula capaz de reproduzir os efeitos metabólicos positivos associados à prática de exercícios e ao jejum. O estudo, publicado no Journal of Agricultural and Food Chemistry, demonstrou resultados promissores em experimentos com camundongos, e os cientistas já estão realizando estudos clínicos iniciais para avaliar a eficácia da substância em humanos.

Foto: freepik / Porto Alegre 24 horas

O professor Thomas Poulsen, um dos autores do estudo, explicou que a molécula simula a resposta metabólica natural do corpo a atividades físicas intensas. "Na prática, a molécula coloca o corpo em um estado correspondente a correr 10 quilômetros em alta velocidade com o estômago vazio", afirmou.

Os benefícios do exercício e da restrição calórica estão ligados ao aumento de lactatos e cetonas no organismo, substâncias que atuam como combustíveis eficientes para as células. O lactato é gerado a partir da quebra da glicose, enquanto as cetonas surgem da quebra da gordura. Com o aumento dos níveis de lactato e cetonas, também ocorre a produção de um hormônio que suprime o apetite, resultando em uma série de vantagens para a saúde, incluindo a redução do risco de desenvolver síndrome metabólica.

Desenvolvimento da nova molécula

As tentativas anteriores de consumir lactatos e cetonas através da alimentação falharam devido à presença de subprodutos indesejáveis. Assim, a equipe da universidade dedicou três anos ao desenvolvimento de uma nova molécula, que foi nomeada LaKe, e que combina lactatos e cetonas sem os subprodutos indesejáveis.

Nos testes realizados em camundongos, a nova molécula resultou em um aumento bem tolerado de lactatos e cetonas, levando a uma diminuição dos ácidos graxos livres e a um aumento do hormônio que induz a saciedade. Os pesquisadores destacam que a LaKe se mostra uma excelente candidata para promover a elevação controlada dos níveis desses metabólitos no plasma.

Expectativas e impactos futuros

Caso os estudos clínicos em humanos confirmem a segurança e eficácia da LaKe, a molécula poderá ser utilizada como um suplemento nutricional avançado, especialmente útil para indivíduos que não conseguem manter uma rotina rigorosa de exercícios e dieta. Segundo Poulsen, essa solução pode ser crucial para pessoas com limitações físicas que dificultam a prática de atividades físicas intensas.

A pesquisa sobre moléculas que imitam os efeitos do exercício não é nova, mas tem avançado nos últimos anos. Em um estudo recente, pesquisadores das Universidades de Washington e da Flórida desenvolveram uma substância chamada SLU-PP-332, que atua de maneira diferente da LaKe, visando um grupo de proteínas que ativam vias metabólicas em tecidos que exigem muita energia, como os músculos e o coração.

Porto Alegre 24 horas
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