Ilha de Ibiza cogita processar Netflix e produtores da comédia Ibiza: Tudo Pelo DJ
Conselho local alega má representação do local, das pessoas e até da música tocada nas festas.
A Ilha de Ibiza é conhecida mundialmente pelas suas festas e, aparentemente, existe no lugar uma cultura específica sobre o ato de festejar, visto que a comunidade autônoma cogita processar a Netflix e os produtores da comédia Ibiza: Tudo Pelo DJ devido a suposta má representação desse espírito festivo e dos costumes locais.
Segundo o The Hollywood Reporter, todo o problema gira em torno do fato da companhia ter usado a fama "da marca" Ibiza, mas ter rodado o filme em Barcelona e na Croácia. Apesar dessa substituição de locações ser algo comum no universo dos cinemas, o Conselho de Turismo Ibérico acredita que a situação com a comédia estrelada por Gillian Jacobs é diferente, por uma suposta má representação não só da paisagem da ilha, mas também da cultura, das pessoas e até da música.
A trama do filme produzido por Will Ferrell e Adam McKay gira em torno de Harper (Jacobs), Nikki (Vanessa Bayer) e Leah (Phoebe Robinson), três amigas que transformam uma viagem de negócios em barcelona em uma aventura em Ibiza para buscar um DJ famoso.
Cena do filme com pôr-do-Sol que foi considerado "falso" por um morador.
Além dos conselhos responsáveis pelo local, moradores de Ibiza também estão se pronunciando sobre a representatividade da ilha no longa.
"Eles tentaram filmar o longa aqui e ter a colaboração da ilha, mas o Conselho de Ibiza disse um enérgico não depois de ler o roteiro, pois acreditaram que era terrível para as Relações Públicas da ilha e oposto ao tipo de turismo que estão tentando incentivar, que vai além das boates e festas", disse Guenolee Roger, morador da ilha que nasceu e cresceu no local.
"Acredito que o que as pessoas estão se pronunciando não só pela má representação física da nossa bela ilha, mas também pelo retrato insultuoso da cultura e pessoas da ilha. [O filme] basicamente mostra uma boate, um pôr-do-sol falso, ruas praticamentes vazias e duas pessoas nativas: um taxista que levas as personagens para a casa dele no campo para uma música e um drink, que nem mesmo é o aperitivo tradicional; e um gogoboy seminu", completou Johanna Carlson, organizadora de eventos.
Vale lembrar que esta não é a primeira vez que um país - no caso de Ibiza uma comunidade autônoma -, cogitou processar um estúdio de Hollywood. Em 2013, o Irã decidiu se defender contra uma série de filmes que eles acreditavam ser xenofóbicos, incluindo Argo, de Ben Affleck.