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Narcos: Irmão de Pablo Escobar entra em disputa com Netflix sobre uso da marca

Entenda a história.

22 set 2017 - 14h48
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As últimas notícias envolvendo Narcos (e, especificamente, a produção da quarta temporada) não foram exatamente animadoras para a Netflix. No dia 11 de setembro, o assistente de produção Carlos Muñoz Portal foi assassinado em busca de locações no México. Mas além disso, a Netflix também precisa lidar com uma corrente disputa com a família de Pablo Escobar envolvendo o registro de uma marca comercial (ou trademark) com o nome da série.

Foto: AdoroCinema / AdoroCinema

O The Hollywood Reporter conta o caso. Aos 71 anos, parcialmente cego e surdo depois de um atentado que sofreu na prisão (da qual foi solto em 2003), Roberto De Jesus Escobar Gavíria conversou com o veículo e chegou a sugerir que o time de produção de Narcos não está apto a lidar com os cartéis na Colômbia e em toda a América Latina no geral. Ele chegou a mencionar que a Netflix deveria contratar atiradores de elite para proteger a equipe de Narcos, "como medida de segurança".

Mas o que é realmente intrigante no caso é a disputa judicial que tem feito a gigante do streaming precisar 'lidar' com a família do cartel. Escobar revelou que pediu US$ 1 bilhão de pagamento em nome de sua companhia, 'Escobar Inc.', por "violação de propriedades intelectuais".

O que os advogados da Escobar Inc. alegam é que as marcas NARCOS e CARTEL WARS (a companhia Narcos Productions, LLC - ou NPL - desenvolveu um jogo inspirado na série, intitulado 'Narcos: Cartel Wars') já eram utilizadas pela companhia desde 1986, como um site em operação e serviços de jogos online. A contradição é que à época não havia realmente serviço e consumo de internet massificado que corrobore a alegação.

Narcos: Membro da equipe é assassinado durante busca por locações da quarta temporada

Em uma carta enviada a Escobar (obtida pelo THR), os advogados da Netflix relatam que Escobar registrou as marcas NARCOS e CARTEL WARS em agosto de 2016, com patente dos Estados Unidos, na intenção de usá-las para encobrir uma série de serviços e comerciáveis. A disputa se desenrola justamente em torno do lucro obtido com este tipo de venda, e a ameaça se torna séria porque, caso Escobar ganhe o uso da marca registrada, a Netflix teria que reestruturar completamente a série.

"No fim das contas, se não aceitarmos um acordo, então nós ganhamos a trademark. Eles teriam que fazer o rebrand [reestruturação de marca e imagem] toda a série. Eles sabem disso. É por isso que estão conversando conosco. Caso contrário eles nunca se dariam o trabalho de discutir com uma família com ligações com um cartel de drogas", confessou o CEO da Escobar Inc, Olof Gustafsson.

O acordo seria que a NPL fizesse pagamentos atribuídos a licenças relacionadas a alguns direitos 'pré-existentes' que a Escobar Inc. tivesse sobre a marca. Mas de acordo com Rebecca Tushnet, professora da Escola de Direito de Harvard especializada em copyright e direitos de trademark, é muito improvável que a Escobar Inc. de fato tivesse direito ao título 'Narcos', já que a palavra tem significado amplo para qualquer pessoa ou organização envolvida no narcotráfico.

Procurada pelo THR, a Netflix não respondeu imediatamente a um pedido para comentar a situação.

AdoroCinema
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