Entrevistas

Ron Howard: "Se você acha que não vai gostar, não vá ao cinema"
Por Janice Scalco

Na última hora, você não foi autorizado a rodar Anjos e Demônios em diversos locais de Roma. Você esperava por isso?
Com O Código da Vinci já houve grande controvérsia. Não, não esperávamos cooperação. E, para ser honesto, não vimos cooperação. (...) Quando você filma em Roma, a declaração oficial é de que o Vaticano não tem influencia nenhuma. Tudo estava correndo bem. Mas, extra-oficialmente, dias antes de começarmos a filmar em diversas das nossas locações, nos foi explicado que o Vaticano havia exercido sua influencia por debaixo dos panos.

Com toda essa polêmica envolvendo a produção de Anjos e Demônios e o Vaticano, você acha que você teria problemas para entrar no local se quisesse fazer um tour por lá?
Tenho que contar uma história a respeito disso. Eu estava começando a pesquisa para Anjos e Demônios e O Código da Vinci ainda estava nos cinemas. Decidi, pelo menos, trabalhar no roteiro com os escritores e fui ao Vaticano para fazer um daqueles tours que tem lá. Mas eu estava nervoso com o passeio. Estava ansioso. Não sabia como eles iriam reagir ao fato de eu estar lá. Então coloquei um chapéu e óculos escuros. O primeiro tour foi dado por um padre católico norte-americano e isso me mais nervoso. Fiquei atrás do grupo. O padre não falou nada, mas os guardas suíços (guarda da Cidade do Vaticano) estavam olhando na minha direção. Eu estava ficando um pouco paranóico. O passeio estava quase acabando, quando os guardas começaram a vir na minha direção. Pensei: "ai, serei escoltado para fora". Então eles chegam em mim e perguntam: "podemos tirar uma foto?". Então eu dei alguns autógrafos e tirei algumas fotos (risos).