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'Como Treinar o Seu Dragão 3' é um filme sobre amadurecer

Dean DeBlois fala sobre pesquisas para o filme baseado na série de livros de Cressida Cowell, cuja bilheteria já ultrapassou R$ 13 milhões

22 jan 2019 - 03h11
(atualizado às 10h43)
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Numa bela cena de Como Treinar o Seu Dragão 3, Soluço e Astrid, voando no dragão dela, partem em busca de Banguela, que sumiu atrás da fêmea Fúria da Luz, por quem se apaixonou. Atravessam uma cachoeira no fim do mundo, e penetram no mundo escondido. É uma viagem através de cores, luzes, cristais. Em São Paulo, onde veio mostrar cenas de seu filme no painel da DreamWorks na CCXP, o diretor Dean DeBlois revelou que fez muitas pesquisas com bio-iluminação, e também que se inspirou no fundo do mar e em seus corais para conceber o 'hidden world'.

Jay Baruchel em 'Como Treinar o Seu Dragão 3' (2019)
Jay Baruchel em 'Como Treinar o Seu Dragão 3' (2019)
Foto: IMDB / Reprodução

Se o objetivo era provocar o deslumbramento dos olhos, deu certo. E DeBlois acrescentou o que já virou um mantra, e vale para o fundo do mar de Aquaman, de James Wan, ou para o mundo da wide web de Wifi Ralph - Quebrando a Internet, de Phil Johnston e Rich Moore. Com as ferramentas digitais de que dispõe hoje o cinema, não existe limite para a imaginação.

Está sendo um grande começo de ano para os chamados filmes de férias, as animações. A Universal comemora que Dragão 3 já ultrapassou R$ 13 milhões. O sucesso deve-se muito ao boca a boca. O filme é ótimo. DeBlois, que é fã de carteirinha de Star Wars, não se vexa de dizer que foi muito influenciado pelo universo expandido da criação de George Lucas. E que também expandiu o universo de sua criação com Chris Sanders. Ambos se inspiraram no livro de Cressida Cowell.

"Soluço sempre esteve à frente do seu tempo. Não se encaixava no mundo viking, mas conseguiu convencer seu povo a conviver harmoniosamente com os dragões. O problema é que, como no mundo real, há sempre um vilão. Grimmel não tem a tolerância de Soluço pelo outro. Acha que os humanos são superiores e que sua missão é acabar com os dragões." Para isso, para atrair Banguela e enfraquecer Soluço, ele se vale da fêmea. "É um filme sobre pares. Soluço e Astrid, Banguela e Fúria da Luz." Olha o spoiler — a princípio, ela, a fêmea do dragão, parece que vai ser vilã, mas não é bem isso. É um filme sobre amadurecer, sobre separar-se. Soluço e Banguela precisam seguir cada um seu caminho. Na vida também é assim, nada é para sempre e o importante é a construção do afeto."

Desde o primeiro filme, DeBlois construiu o que não deixa de ser uma fábula sobre a imperfeição. Banguela, desde filhote, não pode voar e Soluço cria um dispositivo mecânico para que ele consiga superar o problema. O próprio Soluço perde um pé, que também substitui. E ambos, ajudando-se mutuamente, se completam. Era assim, até agora, mas as exigências da vida adulta terminam por se impor, e cobrar.

Vale destacar que Wifi Ralph - Quebrando a Internet também coloca à prova a relação do herói com Vanellope. Banguela é da espécie Fúria da Noite, ela é Fúria da Luz. Para criar a fêmea, DeBlois e seus animadores observaram os movimentos de leoas e gatas. Para Banguela, a inspiração veio de cães e gatos, ou da pantera negra. O mais difícil de tudo, disse o diretor, foi criar as nuvens e a água, mas com, tecnologia, não existem mais problemas insolúveis.

Veja também:

Como Treinar o Seu Dragão 3 Trailer (2) Original:
Estadão
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